Platão e o Ritual Maçônico – Capítulo Final (1ª Parte)

A conexão da Atlântida com a Maçonaria

Foi muito bem definida a minha escolha de deixar este capítulo como um pós escrito. Meu motivo é simples. Sem ter esgotado as discussões anteriores, que precederam este capítulo, receio que seria muito fácil simplesmente verificar o título do capítulo e rejeitar seu conteúdo como um disparate facilmente. No entanto, a seu próprio modo, minha intenção é que este capítulo realmente junte os fios do argumento que defendi e desenvolvi nos capítulos anteriores, em uma conclusão adequada.

Em primeiro lugar – ligação da Maçonaria com a Atlântida ocorre através de uma discussão filosófica, não histórica. Antes de irmos mais longe, deixe-me enfatizar que eu pessoalmente não acredito que o continente insular da Atlântida jamais tenha existido fora da mente de Platão.

Sim! Para aqueles que podem não saber, Platão foi a primeira pessoa a fazer uma descrição detalhada dessa ilha-continente lendária. Estudiosos ao longo dos séculos têm argumentado (às vezes de forma convincente e em outras menos convincente) a favor e contra a existência da ilha-continente perdida de Atlântida. Na verdade, ele escreveu dois diálogos que tratam da Atlântida.

O primeiro deles é conhecido como Timeu. Se você olhar atentamente para o quadro A Escola de Atenas, de Rafael verá que Platão está carregando em suas mãos uma cópia de Timeu. O segundo trabalho é realmente só um diálogo fragmentado de menos de 20 páginas que é conhecido como Crítias.

A interpretação moderna de uma velha história…

Orfeu parecia ler sua mente.

“Por exemplo, eu tenho um pressentimento forte sobre este lugar. Algumas vezes, talvez centenas de anos a partir de agora, os homens de longe desembarcarão aqui – de navios de metal – para serem cortados, como talos de grama por uma foice. Mas eu não posso dizer quando exatamente. Eu nem mesmo sei o nome dos estreitos por onde estamos navegando agora”.

Jasão deu de ombros. “Eu posso dizer-lhe que … Nós estamos no Dardanelos. Ali existe um lugar que eles chamam de Galipoli. Mas Orfeu, fala sério – navios de aço – você não está brincando?

Nigel Spivey, “Jasão e os Argonautas” de Canções de Bronze: Os mitos gregos tornados realidade (2005)

Vamos agora abordar duas questões que ficam frequentemente esquecidas em qualquer discussão sobre Atlântida. O primeiro ponto é que sempre que Platão discute sua utópica civilização de Atlântida, seu objetivo é sutilmente trabalhar no desenvolvimento de seu conceito do filósofo-rei. No contexto destes dois diálogos apenas, a história de Atlântida não tem sentido sem vinculá-la à sua própria criação do rei-filósofo. Ele nos apresentou ao rei-filósofo em A República e em Sétima e Oitava Cartas, finalmente repensando a sua aplicação original do conceito em As Leis.

A meu ver, em ambos, Timeu e Crítias, Platão estava usando suas habilidades criativas como dramaturgo, aproveitando ao máximo as pitorescas Histórias que Heródoto tinha escrito alguns anos antes e depois apresentou uma história que falava com entusiasmo motivador a uma audiência ateniense que estava sofrendo por uma derrota esmagadora nas mãos de Esparta. Este era o ambiente cultural no qual Platão teceu sua história de Atlântida.

Outro ponto que vale a pena ressaltar neste momento é que Platão inventou três civilizações utópicas das quais Atlântida é apenas uma delas. Em A República, (onde pela primeira vez, discutiu o conceito do filósofo-governantes), esses filósofos-governantes eram um componente fundamental de um experimento mental que ele nos convidou a dividir com ele – um experimento mental funcionando em uma cidade a que ele deu o nome de Kallipolis – uma palavra grega que significa cidade bela e nobre. Como um aparte, (aos leitores da Austrália e Nova Zelândia, em particular) o nome Kallipolis deve ter um significado especial. Kallipolis era o nome dado a uma cidade situada no Dardanelos, que foi palco de um assalto a cabeça de praia pelo corpo de exército de ambas as nações, na manhã de 25 de abril de 1915. Como o nome era difícil de pronunciar foi reduzido para Gallipoli.

Em seu maior trabalho (inacabado) – As Leis, Platão descreveu ainda outra cidade utópica que ele chamou de Magnésia. Estas cidades platônicas representaram estágios no desenvolvimento de seu próprio pensamento ao longo de sua vida. Sempre que nos referimos a uma cidade como “utópica”, estamos geralmente nos referindo a ela como uma cidade “ideal” (e mais comumente a partir de uma perspectiva sociológica ou política). A palavra utopia é uma palavra grega que significa “lugar nenhum”. Aliás, Samuel Butler, em sua obra de 1871, Erewhon, fez uma brincadeira com a palavra utopia em seu significado em Inglês em seu título. (Erewhon é a palavra “nowhere” – nenhum lugar -, soletrada ao contrário)! Feitas estas observações preparatórias, vamos começar a trabalhar nosso caminho através da discussão filosófica ligando a Maçonaria moderna a uma ilha-continente que existiu (segundo Platão), cerca de 9.000 anos antes de seu tempo e que era chamada Atlântida.

A guerra entre Atenas e a Atlântida: sua relação com a guerra entre Atenas e Esparta

Nos ajudará a compreender o contexto em que Platão elaborou a história de Atlântida se pararmos por um instante para pensar que em alguns aspectos, a época em que Platão viveu, compartilhava muitas semelhanças com nosso próprio tempo nestes primeiros anos do século XXI.

As primeiras décadas do século V a.C. tinham visto reviravoltas tumultuadas de eventos nas arenas política, sociológica, religiosa e intelectual. Atenas (uma cidade-estado relativamente pequena) tinha liderado uma coligação de cidades-estados vizinhos para repelir as forças do Império Persa – o maior que o mundo já conhecera até aquele ponto no tempo. Atenas conseguira derrotar os persas não em uma, mas em duas tentativas de invadir o que hoje conhecemos como o continente grego. A primeira invasão foi liderada por Dario I em 490 a.C., enquanto a segunda invasão persa ocorreu dez anos mais tarde, sob Xerxes em 480-479 a.C. A primeira invasão persa terminou com a derrota dos persas na Batalha de Maratona. Esta batalha é memorável devido à história que a maioria das pessoas já escutou – a história de como um jovem chamado Pheidippides (antes dos dias da telefonia) correu a distância de Maratona a Atenas para confirmar a derrota da Pérsia, morrendo poucos momentos depois de anunciar a notícia. O evento olímpico moderno chamado maratona presta homenagem a esse acontecimento histórico.

O ponto decisivo para a derrota da Pérsia em sua segunda tentativa de invasão foi a batalha naval ao largo da costa de Salamina. Heródoto registra que as forças de Xerxes na Segunda Invasão persa atingiram uma massa crítica de 5.283.220 soldados – uma força de invasão como o mundo nunca tinha visto antes. Diante desses números, nunca se esperou que Atenas tivesse qualquer esperança de derrotar os persas. Gerenciando uma aliança frouxa entre cidades-estados gregas, isso não era fácil. Muitos realmente desertaram para o lado persa acreditando que a coalizão liderada por Atenas só terminaria em desastre. Essas defecções alteraram não só as alianças militares mas também as alianças comerciais necessárias para Atenas marcar uma vitória decisiva. O fato de que Atenas alcançou realmente a vitória diante de todas essas chances só aumentou seu auto-orgulho e inchou sua confiança na capacidade de expandir seus próprios interesses coloniais. O próximo passo de Atenas foi mandar tropas para restaurar a liberdade de outras cidades jônicas localizada na Turquia moderna que estavam sujeitas à tirania persa. Atenas compartilhava as mesmas origens étnicas e culturais daquelas cidades jônicas,– algo que já discutimos anteriormente.

De 460-429 a.C., o estadista Péricles (ca. 495-429 a.C.) conduziu Atenas enquanto embarcava em uma série de programas de obras ambiciosas (incluindo a construção do Partenon na Acrópole). Péricles era um líder astuto. Estas obras de construção revitalizaram a economia de Atenas, melhoraram sua taxa de emprego e fortaleceram a confiança da comunidade ateniense na sua base de poder, bem como em seus planos de expansão. Em muitos aspectos, esse período vibra com o mesmo ânimo econômico e político confiante desfrutado pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial (1939-45). A outra “super-potência” que tinha ajudado Atenas em suas campanhas contra a Pérsia tinha sido Esparta. Após a derrota da Pérsia, Esparta observou com crescente alarme os indícios de campanhas imperialistas agressivas e intrusivas de Atenas. Uma “guerra fria” entre os dois se desenvolveu em um paralelo com a época que se seguiu à Segunda Guerra Mundial até que a República Soviética foi dissolvida em 1991. As tensões entre Atenas e Esparta continuaram a crescer até que as duas potências chegaram a um acordo em 446 a.C., com a assinatura de um tratado que ficou conhecido como Paz dos Trinta Anos. No entanto, o tratado de paz não durou mais de 15 anos – terminando abruptamente em 431 a.C., com hostilidades em escala total irrompendo entre Atenas e Esparta.

Até o final do segundo ano da guerra, em 430 a.C., um terrível surto de peste irrompeu em toda Atenas. A principal razão para isto foi atribuída a um inchaço da população de Atenas, devido às incursões de Esparta nas regiões rurais circundantes. Tucídides, um general ateniense que tomara parte na luta contra os espartanos, registrou seus eventos em uma obra conhecida como A História da Guerra do Peloponeso. Além da praga, a cidade também entrou em extremos da anarquia e desordens. Péricles, contaminado pela peste, reuniu o pouco de sua força que restava para fazer um discurso animador aos atenienses, instando-os a mostrar coragem diante destas calamidades.

Em 421 a.C., um segundo tratado de paz (conhecido como a Paz de Nícias) foi assinado entre Esparta e Atenas. Mais uma vez esta paz foi de curta duração. Novos conflitos entre as cidades-estado da Grécia continental que tinham se aliado ao lado dos atenienses ou dos espartanos, levaram a questão a um final conclusivo, com a derrota de Atenas por Esparta em 404 a.C. Atenas – que por um breve meio século, foi uma super-potência de proporções quase míticas estava agora quebrada, humilhada (na arena da política e relações internacionais), um poder de influência insignificante.

As Guerras Persas: sua influência sobre a escrita da história da Atlântida

Tendo coberto rapidamente os principais eventos do século V a.C. que impactaram a escrita de Platão sobre a história de Atlântida, vamos tomar um pequeno desvio e da mesma forma investigar a influência dos escritos do historiador grego chamado Heródoto.

O ponto que vou sublinhar é o seguinte: na criação de seu mito de Atlântida, Platão conscientemente tomou um episódio relatado por Heródoto em suas histórias e o bordou para servir como pano de fundo para o seu princípio dos reis-filósofos.

Por razões de clareza, vou listar cinco itens que resumem a história da vitória grega sobre os persas que Heródoto relatou em suas Histórias:

  • A super potência maior e mais agressiva do mundo (Pérsia) tenta invadir todo o continente grego;
  • Atenas – uma pequena cidade-estado lidera uma coalizão militar com outras cidades-estado da Grécia, em uma luta de morte contra as forças persas;
  • Uma série de cidades-estados gregas que fazem parte da coalizão militar deserta para ajudar os persas. Ao fazer isso, elas traem Atenas;
  • Contra todas as possibilidades imagináveis – a coalizão militar grega (sob a liderança de Atenas ) repele e derrota os persas;
  • Atenas restaura a liberdade para as cidades gregas ao longo da costa turca, que estavam sujeitas ao controle da Pérsia.

Estes foram os acontecimentos que ocorreram nos primeiros anos do século V a.C. na região.

E estes foram os acontecimentos que ajudaram a formar a visão ateniense que, como descendentes dos jônios originais, eram (efetivamente) donos do mundo. E estes foram os acontecimentos que ajudaram os atenienses a acreditar que eram muito superiores aos espartanos – descendentes dos colonos originais dóricos e seus aliados – os corintos, que buscavam o luxo. E estes foram os acontecimentos que tornaram tão humilhante a derrota dos atenienses para os espartanos e corintos ao final da Guerra do Peloponeso.

Tendo isso em mente, podemos moderar nossa “abordagem” de Atlântida incluindo uma diferença sutil, mas poderosa. Precisamos ter em mente o público original para o qual se destinava a história continente perdido inicialmente. Era uma audiência ateniense.

Seus ouvidos e sensibilidades eram rápidos para pegar os pontos que destacamos. Precisamos também lembrar que eles eram um povo orgulhoso, que tinha derrotado a Pérsia e, em seguida, viram-se subjugados por Esparta. Desmotivados e humilhados, quando ouviram a história de Atlântida, eles se lembraram o que tinham realizado apenas duas ou três gerações antes contra a Pérsia. Quando ouviam a história de Atlântida, era algo que agradava seus corações, mentes e sentidos. Quando ouviam a história de Atlântida, ela falava de uma esperança para o futuro. Quando ouviam a história de Atlântida, eles eram inspirados por sua narrativa. Quando eles liam a história de Atlântida, estavam muito próximos dos acontecimentos de seu próprio tempo para entender o conto a não ser como fábula baseada na história das Guerras Persas – as mesmas histórias que Heródoto havia apresentado nos teatros e praças de mercado de Atenas.

Tendo definido o cenário intelectual, Platão agora embelezou o conto com uma dimensão emocional para aceitação de seu conceito do rei-filósofo.

A influência de Heródoto

Nas páginas iniciais do romance Criação de Gore Vidal, Heródoto está apresentando uma história das Guerras Persas para uma audiência no Odeon em Atenas. O que Vidal captura aqui é a essência do que provavelmente aconteceu nas praças e teatros de Atenas no século V a.C..

Podemos especular que um jovem Platão pode ter estado entre o público ouvindo com intenso interesse o drama de eventos como Heródoto os narrava. Não temos qualquer registro histórico de que Platão estivesse presente em uma apresentação “ao vivo” de Heródoto, mas parece pouco discutível que Platão realmente tenha sido inspirado pelo tema heroico que Heródoto desenvolveu e ao qual tinha acesso para seu trabalho. Mais particularmente, Platão parece ter prestado atenção específica à descrição que Heródoto deu da capital excentricamente visual dos medos – uma cidade conhecida como Ecbátana e descrita por Heródoto no livro I.98 de suas Histórias.

Heródoto nasceu por volta do ano 485 a.C. junto ao porto de Halicarnasso – uma cidade agora conhecida como Bodrum, no sudoeste da Turquia moderna. A época de seu nascimento coincidiu com as primeiras incursões persas em território grego, e podem ter sido a chave para seu interesse em escrever a sua história das Guerras Persas. O consenso geral é que as Histórias de Heródoto foram escritas em 430 a.C. e terminadas em cerca de 425 a.C. – colocando sua composição nos primeiros estágios da Guerra do Peloponeso. Pouco se sabe sobre a data da morte de Heródoto, mas acredita-se comumente que ele tenha morrido por volta de 420 a.C. – bem antes da derrota de Atenas por Esparta. Sua vida, então, transcorreu diretamente no tempo das grandes revoluções intelectuais, políticas e religiosas que varreram Atenas, significando sua proeminência entre as cidades-estado gregas após a vitória sobre os persas.

Lendo suas Histórias, podemos entender o quão bem-viajado ele era. Ele afirma ter viajado para o Egito e descreve com algum pormenor a cultura e as práticas dos egípcios no Livro II. Ele alega também ter viajado à Cítia (grosso modo, a moderna Ucrânia) – mais uma vez explorando a cultura deste povo no Livro IV. A tradição diz que ele eventualmente se estabeleceu (e provavelmente morreu) na colônia grega de Thurii no que é hoje a província da Calábria, Itália.

Embora não fosse filósofo ou teólogo, Heródoto era imbuído de seu trabalho com um tema em que o equilíbrio do mundo é trazido de volta à ordem por um processo de retribuição por injustiças realizadas – algo que observa Robin Waterfield na introdução à sua tradução de As Histórias e similarmente observado por Charles Freeman em seu recente estudo, A Conquista Grega.

Heródoto não descartou as ações dos deuses inteiramente em assuntos humanos (ele acreditava que eles punem aqueles que, como Xerxes, são culpados de orgulho excessivo, para, ao que parece, levar o cosmos a um equilíbrio ordenado)…

Ao longo de As Histórias, Heródoto interpreta os acontecimentos históricos a partir da interação da intervenção humana e divina … uma perspectiva que foi desmentida por seu contemporâneo Tucídides ao escrever a História da Guerra do Peloponeso:

Esta história pode não ser o mais deliciosa de ouvir, pois não há mitologia nela. Mas, aqueles que querem olhar para a verdade do que foi feito no passado, que, dada a condição humana, se repetirão no futuro, na mesma forma ou de forma quase igual – aqueles leitores acharão esta história bastante valiosa…

Em todo caso, Heródoto disse claramente qual foi seu propósito ao escrever As Histórias na segunda frase de seu trabalho – que era “evitar que os traços de acontecimentos humanos sejam apagadas pelo tempo”. O tema heroico de sua obra foi a inspiradora história de sucesso de uma pequena cidade-estado grega contra a maior força de invasão conhecida no mundo naquele momento.

Este tema estava na vanguarda da mente de Platão quando escreveu “Timeu e Crítias”. Aqui ele contou uma história paralela de uma outra vitória ateniense de sucesso – era novamente a maior e mais culta nação que o mundo já conheceu. Era a história de uma guerra contra as políticas expansionistas do continente insular de Atlântida.

Com a nossa compreensão dos eventos das Guerras Persas, podemos agora entrar nos detalhes que Platão deu desta cidade, combinando as descrições encontradas tanto em Timeu quanto em Crítias.

Continua…

Autor: Stephen Michalak
Tradução: José Filardo

Fonte: REVISTA BIBLIOT3CA

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Contato: opontodentrodocirculo@gmail.com

3 comentários em “Platão e o Ritual Maçônico – Capítulo Final (1ª Parte)”

  1. Parabéns pelos ensinamentos. Estou aprendendo bastante com o Ir.`., acabei de ler a 1ª parte do Platão e o Rito Maçônico, quero montar a 2ª e 3ª parte, mas não estou achando.
    TFA:.

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  2. Vou no vácuo do Ir. Renato G. Oliveira….assunto que muito me interessa…Grato, TFA, Ronaldo

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