Uma história…uma reflexão

Grande Loja Maçônica de Minas Gerais comemora 92 anos de fundação - Diário  do Rio Doce

Meus caríssimos Irmãos,

No silêncio do final de noite do último domingo do mês de setembro, diante da tela do celular me ponho a pensar.

No dia 25 de setembro a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais completou 94 anos de fecunda existência. Um caminho vitorioso, honrando a Maçonaria das Minas dos Ouros, conquistando espaços, representatividade e respeito, não apenas no Brasil, mas no contexto da Maçonaria Mundial, jornada em que todos, cada um a seu tempo, de acordo com os seus conhecimentos, perfil e disponibilidades, deu a sua importante contribuição na edificação desse Templo de moral e de bons serviços.

PARABÉNS, vida longa à nossa Grande Loja, e os nossos respeitos aos Irmãos do passado, do presente e a firme confiança nos Irmãos do futuro, que têm a responsabilidade de continuar a caminhada.

Do dia 25 de setembro do ano de 1927 até os dias atuais, tempos difíceis, desafiadores, mas esperançosos, estamos mostrando ao mundo, com exemplos inspiradores, que a união, o comprometimento e concentração de esforços em torno de objetivos comuns, é que mantém acesa a chama do ideal de “tornar feliz a humanidade“, através do incessante trabalho de “Desbaste da Pedra Bruta” e da “Construção Social”.

E, nesse momento em que celebramos essa rica história de sucesso, lembro-me e quero abordar um assunto que está sendo recorrente nos últimos tempos, e que tem despertado a minha atenção e reflexão.

Muitos Irmãos questionam, outros afirmam categoricamente que a Maçonaria mudou, que não é mais mesma, que vivemos das glórias do passado, que não fazemos nada.

Quando ouço esse tipo de questionamento fico pensando que muitos de nossos Irmãos não entenderam o verdadeiro sentido da Iniciação, o renascer do interior nós mesmos, de redescobrir-nos. Não entenderam que a Maçonaria não transforma o mundo, aprimora o ser o humano, desenvolve o seu espírito e este ser evoluído é que promove as mudanças, as transformações no mundo. A Maçonaria somos nós, e que, onde estiver um Maçom, ali estará representada a Maçonaria, com toda a sua força, conquistas e glórias do passado, que a nós compete dar prosseguimento através de nossas ações.

Respeitando as opiniões divergentes, penso que a Maçonaria não mudou, continua a mesma, com os seus princípios, valores, senso de justiça e objetivos que engrandecem os homens, elevando-os a um patamar de melhor compreensão da nossa responsabilidade social e cidadã. Estamos sim mudando na forma de atuar, e precisamos evoluir cada vez mais, na forma de nossa atuação na sociedade, acompanhando a sua transformação frente às realidades dos novos tempos, às novas demandas.

Penso que muitos maçons é que estão mudando com as suas vaidades exacerbadas e desconhecimento da história e da realidade – vemos muitas cobranças e poucas atitudes positivas – nos perdendo no caminho do desbaste da Pedra Bruta, que infelizmente, ainda, em determinadas situações continua bruta e muitas das vezes brutalizada, como podemos constatar pelas ações destituídas do espírito de FRATERNIDADE que infelizmente assistimos nos últimos tempos. É preciso mudar, e com urgência, esse estado de coisas, com estudos, pensamentos positivos, trabalho e ações construtivas.

De minha parte, prestes a completar 31 anos de Iniciado, regular e ativo na mesma Loja, continuo com a mesma convicção e entusiasmo de quando entrei. Não podemos perder as esperanças e confiar que o caminho da Maçonaria será desenvolvido da forma que quisermos e direcionarmos os nossos trabalhos e esforços. Os nossos destinos são traçados por nós. São as nossas ATITUDES que farão a diferença. Precisamos refletir muito e buscar o exercício de uma liderança inspiradora, motivadora, agregadora, ensinando pelo exemplo através de ações propositivas e realizadoras; sermos construtores de pontes.

O mundo está mudando com muita velocidade e profundidade, sendo recorrente a necessidade de refletirmos muito sobre essa nova realidade e construirmos as novas bases para a Maçonaria do século XXI. O diagnóstico da situação atual já temos, urge tomarmos as medidas apropriadas, o que ao meu sentir, exige união, convergência de esforços, objetivos e propósitos, agindo com inteligência, estratégia, foco e determinação, e, o que falta em muitos, conhecimento real de nossa história e da atuação da Ordem e dos Maçons nos fatos históricos, para não construirmos conceitos equivocados.

Sabemos que os desafios são enormes, e nos tempos atuais, agravados de forma impactante pela terrível pandemia da COVID-19 que afetou a humanidade, e que, para nós que fomos depositários da confiança de nossos Irmãos, ocupando cargos de liderança, e que estamos envelhecendo, temos um outro grande desafio que é evoluir em sabedoria, prudência e bom senso, para podermos ter uma compreensão mais nítida dessa realidade e poder contribuir para a criação de novas perspectivas, sermos “CONSTRUTORES DE PROTAGONISMO“.

Falamos muito nesse pequeno texto em reflexão. Para concluir, deixo uma reflexão sobre a reflexão…

Entendo que uma das nossas grandes faculdades intelectuais é a nossa capacidade de reflexão. A capacidade de refletir, de repensar, retrabalhar ideias e posicionamentos e mudar de visão, opinião, reformulando conceitos à luz de novas informações e conhecimentos, enfim aprendendo e evoluindo como seres humanos.

Nesse sentido lembro-me de pensamentos de dois grandes vultos da humanidade:

  • Alexandre Herculano, pensador, escritor, historiador e jornalista português afirmou que “eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me arrependo de raciocinar e aprender”;
  • Albert Einsten, cientista alemão disse que: “uma mente que se abre a uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original”.

Meus Irmãos,

Nós podemos muito… cada oportunidade perdida, cada omissão, cada hesitação nos tornam mais distantes do objetivo de “tornar feliz a humanidade”. Pensemos em nosso papel de Construtores Sociais.

Fraternalmente,

Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas – Tataco
Grão-Mestre Ad Vitam da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais

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