A Escola de pintura
Outro dia um amigo perguntou o que eu acho que é a vida.
Resposta difícil, não é?
Vou contar como respondi.
Imagine uma escola de pintura. Ao entrar, você recebe uma tela em branco e encontra vários alunos pintando. Muitos estão trabalhando há anos, e os quadros são de todos os tipos, desde obras maravilhosas,
até telas completamente destruídas. As tintas, os pinceis e os materiais de pintura estão espalhados pela
sala, alguns bem acessíveis, outros em locais difíceis. Apesar de ser uma escola não há professores. É
tudo por sua conta (Régua e Compasso que nos incumbe a realidade concreta as quais estamos
habituados).
O que você faria nessa situação? Pegaria qualquer pincel e simplesmente espalharia por sua tela?
Observaria os que estão trabalhando e tentaria imitar alguém talentoso? Juntaria a sua tela a de outras
pessoas e pintaria um grande painel em equipe? Tentaria criar uma obra original e aprender com seus
próprios erros? Utilizaria apenas os materiais mais acessíveis ou batalharia para conseguir também os mais
difíceis?
Volto a perguntar, o que você faria?
Na minha opinião, a vida é como essa escola de pintura. As pinceladas são as nossas ações.
Às vezes damos pinceladas de mestre. Usamos o tipo certo de pincel, a mistura correta das cores e
movimentos precisos. São as nossas boas ações. Aquelas que nos fazem dormir tranquilo e com sorrisos
nos lábios (Alavanca para uma vontade inflexível, quando inteligentemente aplicada).
Outras vezes, borramos todo o nosso quadro e pensamos: “Argh! Estraguei tudo. Não tem mais
jeito”. Desejamos até jogar a tela fora e parar tudo. Vamos dormir arrasados e querendo morrer.
É nessa hora que precisamos lembrar da escola de pintura. Não se desespere. Por mais borrado
que seu quadro esteja, você sempre pode pegar um pincel limpo, as tintas certas e pintar por cima.
Se você disse algo ruim para alguém, peça perdão (Maço e o Cinzel para corrigir nossos
defeitos). Se fez algo que não deveria, volte lá e conserte. Se deixou passar uma oportunidade de elogiar,
procure a pessoa ou pegue o telefone e faça o elogio.
Se teve vontade de acariciar alguém e não fez, faça-o na próxima vez que encontrá-lo (a) e diga-lhe
que apenas está acertando o seu quadro – tenho certeza de que você será compreendido.
A única coisa que você não deve fazer é deixar os borrões aparecendo (Esquadro que consiste,
para o ser humano, na justeza com que se coloca na sociedade). Não interessa quão antigo eles sejam.
Se estiverem lá, corrija-os. É corrigindo que aprendemos a não cometê-los e nos tornamos artistas cada
vez melhores.
Fazendo assim, não importa se teremos mais duzentos anos ou apenas mais um dia, para a nossa
pintura. Quando formos chamados para expô-la, ela estará perfeita. Talento tenho certeza, todos nós
temos.”
Roberto Lopes
1 – Introdução
O presente trabalho, através de literatura comparada, propõe uma tentativa de compreensão mais profunda em relação aos instrumentos dentro do grau de C∴ M∴, associando-os a paleta de cores emocionais e seus processos de amadurecimentos, vivenciadas dentro da Maçonaria.
Com o objetivo de elucidar de forma simples e clara a primeira parte apresentará um pouco dos significados do maço e do cinzel como um desses instrumentos simbólicos de C∴ M∴, entendendo um pouco seus significados e, quando possível, sua história.
No segundo momento, considerando a busca incessante dos irmãos em levantar templos as virtudes e masmorras ao vício, será abordado esse processo de desdobramento dos instrumentos fazendo uma menção as questões emocionais e a sua tentativa constante pela evolução espiritual. Processo que deve ser ininterrupto e crescente para que a maçonaria esteja mais presente dentro de si. Com esse foco faremos um cotejamento com as análises do psiquiatra Daniel Martins de Barros que faz uma analogia com as emoções primárias e seus desdobramentos secundários.
Por último discutiremos a ideia do essencialismo na maçonaria. Tema que aplicado dentro dos contextos expostos, junto ao significado filosófico dos instrumentos, podem trazer um crescimento e uma maturidade para a loja e os irmãos. O controle dos pensamentos, o imprevisto no cotidiano dos irmãos, tanto no mundo profano como em loja, atrelado as suas emoções primárias podem gerar um caos que não seria de todo o mal. As suas consequências podem gerar uma anti-fragilidade, que é um processo necessário para a evolução espiritual que tanto se fala e discuti de forma mais incisiva a partir desse grau.
2 – O maço e o cinzel
Dentro dos mistérios impenetráveis ao mundo profano, sendo somente conhecido por aquele que passam por uma ordália [1] iniciação e, posteriormente, em sua evolução, passam por um processo de detenção das doutrinas ocultas existentes através dos simbolismos [2].
O simbolismo que apresenta como características alguns significados tais como: pressentir, ligar, aproximar, confrontar, comparar. Assim, pode-se considerar os instrumentos da viagem de C∴ M∴ representações simbólicas no processo de sua evolução rumo a elevação.
No caso do Maço e do Cinzel, dois dos instrumentos mais antigos já encontrados [3], pois eram utilizados dentro da Maçonaria operativa, onde os trabalhadores cortavam, facejavam as pedras brutas fazendo dela pedras de canto, colunas, de centro e ornamentações que abrilhantavam as mais diversas obras, hoje representam na Maçonaria moderna os meios do Ir∴ desbastar a pedra bruta do seu caráter.
É do artesão que se originavam os desenhos das grandes obras e projetos arquitetônicos projetados naquela época. Assim se deriva essa representação na Maçonaria Moderna. O Maço e o Cinzel eram considerados verdadeiros instrumentos da arte real e por isso a sua rica simbologia.
Através de estudos filosóficos e a prática das virtudes é que o homem é capaz de alcançar a obra perfeita. A disposição do homem para o bem pode ser representada pelo maço aplicada corretamente sobre o cinzel que pode trazer a plenitude do ser e a beleza da obra. Essa metáfora foi usada brilhantemente pelo Padre Vieira em seus famosos sermões.
“Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta,
dura, informe e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o
cinzel na mão e começa a formar um homem; primeiro membro a
membro, e depois feição por feição, até à mais miúda: ondeia-lhe os
cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe
a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os
braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os
vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolá recama e fica um homem
perfeito, talvez um santo, que se pode pôr no altar.”
O maço na maçonaria moderna é a mente do Ir∴, onde suas atitudes representadas pelo cinzel podem levá-lo ao aperfeiçoamento. Suas escolhas poderão guiá-lo as virtudes para se tornar um maçom “justo e perfeito. “Isso não está atrelado a frequência e força como é feito e sim às suas habilidades como e critérios para ter o melhor entendimento e compreensão no seu processo evolutivo, respeitando esses dois símbolos profissionais tão valiosos a Maçonaria.
3 – A paleta de cores dentro da Maçonaria
Sempre que me remeto a Maçonaria pondero os momentos mais complexos que vivenciei no meu processo de iniciação a elevação. Interessante que esse processo se repete da elevação rumo à exaltação. Apesar da minha pouca idade maçônica, percebo que essa mistura de sentimentos e percepções é comum aos novos irmãos e, não excludentes, aos demais dos mais diversos graus. O que muitas vezes nos trazem angústias, dúvidas, medos e até a sensação de desistência dentro da irmandade.
Pensando nesse tema, é factível se apoiar nas observações de BARROS, Daniel (P.18- 19), que demonstra que o ser humano vive sempre em uma ciranda emocional. O autor faz uma analogia desses aspectos ao círculo cromático onde temos as cores primárias (amarelos, vermelho e azul) que dão origem as cores secundárias (verde, roxo e laranja) que mais uma vez se desdobram as cores terciárias.
Nesse sentido ele demonstra que essas cores mudam suas paletas e tonalidades, como também suas definições conforme as intensidades das misturas e tons dispostos em suas bases. Temos as bases emocionais como Alegria, medo, tristeza, nojo, raiva como as emoções primárias que dependendo das experiências podemos desenvolver o que seriam os “sentimentos secundários” tais como contentamento, alegria, serenidade, timidez, ansiedade, culpa, luto, irritação, desprezo, ciúme, fúria, orgulho, êxtase, esperança etc.
Sendo assim, os sentimentos supostamente primários seriam norteadores das nossas emoções no dia a dia. Digo não só dentro da loja, mas principalmente no mundo profano, local das nossas maiores masmorras emocionais. Isso não é uma ideia recente, sendo pautado sempre por diversos pesquisadores como René Descartes que postulava no século XVII a existência de seis emoções básicas – amor, ódio, alegria, tristeza, desejo e admiração -, e dizia ser capaz de explicar todas as outras a partir dela.
Mesmo que alguns estudiosos concordem sobre sentimentos básicos que, mais do que perceptível, se desdobram de um autor para outro, percebemos ainda que há uma pequena variação de alguns sentimentos bases como ponto de partida para as demais reações. De qualquer forma ainda sim temos expressões universais comprovadas e testada como meio de start das emoções primitivas. Isso não se limita apenas pelos sentimentos e expressões básicas, mas deve ser levado em conta o desenvolvimento infantil.
Tendo em vista a complexidade das relações humanas proveniente das suas emoções existem várias teorias e experiências para tentar explicar e entender o assunto. Como dizia o Professor José Cippola Neto, que lecionava neurofisiologia para o segundo ano de faculdade de Medicina, se existem muitas teorias para explicar algo, é porque nenhuma delas acertou precisamente a ponto de conseguir convencer a todos. (O lado bom do lado ruim, BARROS, Daniel p.25).
Toda essa contextualização serve apenas para evidenciar que muitas vezes em loja percebemos uma relação complexa na tentativa de trazer uma harmonia entre os irmãos e melhor desenvolvimento dos trabalhos, o que muita vez não é alcançado. Além das bases emocionais existentes, que faz parte da experiencia de cada irmão, outro ponto pode comprometer essa interação e anseios pelo desenvolvimento coletivo ou individual. Os pontos de vistas únicos levam a visões parciais de todos limitando a compreensão total.
Conforme sabiamente exemplificado pelo BARROS, Daniel (p.25),
“é como a história dos cegos e do elefante, famosa em várias tradições
ocidentais. Os detalhes da parábola variam de uma tradição para
outra, mas em todas as versões um grupo de homens cegos encontram
um animal até então desconhecido para eles. Aproximam-se com
cautela para apalpá-lo, e começam a descrever o que percebem. O
homem que toca a orelha espanta-se com a sua maleabilidade e atribui
ao corpo todo do bicho, comparando-o a um leque. Mas o que examina
tromba imediatamente discorda, pois embora ela seja flexível,
assemelha-se mais a um tubo. Nessa hora, o que apalpa a pata entra
na conversa, pois até poderia aceitar a comparação com um tubo, mas
a rigidez e o diâmetro típicos de um tronco estão evidentes. O homem
que se aproximou por trás, tocando o rabo do elefante, não concorda com ninguém, descreve o animal como fino, delicado, com cerdas.
Finalmente aquele que subiu no lombo se desespera com as descrições
incompatíveis com a magnitude que testemunha ali em cima.”
Fica clara nessa parábola a vivência que se tem hoje nas atribuições maçônicas. O que não seria nem um pouco difícil de entender a situação do apego a pontos de vista únicos levando a uma visão parcial do todo e limitando a compreensão total.
Isso deveria ficar mais em evidência aos irmãos quando menor a idade experimentada. Porém, os pontos de vista dos mais experientes são pontuais e muitas vezes parciais dando ao iniciado uma percepção fragmentada dos processos. Não quero deixar aqui uma percepção de que não é necessário um processo de aprendizado, elevação e exaltação de cada irmão, mas trazê-lo a mesma perspectiva sem a mesma base muitas vezes podem desencadear sensações muitas vezes indefinidas e que contribuem para evasões maçônicas físicas e emocionais.
Essas situações de informações ainda em construção na pedra bruta e em elevação à cúbica nos trazem um iminente processo reativo na tentativa de compensar as frustações fazendo com que, muitas vezes, tomemos decisões erroneamente precipitadas.
Segundo o Psiquiatra Augusto Cury, esse problema é denominado Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Ainda dentro desse conceito, em seu livro “Ansiedade, como enfrentar o mal do século” isso é uma doença coletiva e está presente em toda a humanidade.
O sofrimento nesse sentido faz parte do crescimento. Ele nos fortalece e traz mais discernimento das coisas potencializando os nossos sensos críticos. Dessa maneira podemos somar as observações e ponderações dos irmãos em loja para a construção de algo maior e sólido. Entendo que só sofremos por aquilo que realmente é importante para nós.
Mas então qual a grande questão dentro da nossa paleta emocional?
Quais os seus propósitos e ganhos?
Na verdade, o grande objetivo desse debate é refletirmos em como fazer isso sem perder os irmãos iniciados. Falo pela minha própria experiência. Quando iniciei como aprendiz, fui inserido em loja sem o devido acompanhamento, o que faria minha jornada mais fácil. Sem fazer juízo de valores, cabendo esse papel não só ao padrinho e o irmão primeiro vigilante, mas todos os que ali se encontram com o mesmo propósito. Meu período de iniciação veio carregado de vária mudanças e interpelações do mundo profano.
Dentro dessas mudanças que cada um enfrenta em sua vida particular, juntamente com a busca pela evolução como ser humano, nos questionamos qual seria a nossa real busca e sentido na maçonaria, já que nada nos é revelado em meio ao convite para ingressar.
Compartilhando um pouco da minha experiência dentro desse processo de iniciação, o que me manteve dentro da irmandade foi exatamente esse acompanhamento e dedicação de um irmão que conseguiu avaliar as minhas paletas emocionais, exercer a empatia e trazer algumas verdades para o meu sofrimento e minhas angústias. Foi nesse momento que, mais do que entrar na maçonaria, procurei deixar a maçonaria entrar em mim. Sempre buscando equilibrar os verdadeiros princípios maçônicos de liberdade de pensamentos, igualdade sem distinção de raças, classes sociais e a fraternidade entre os homens.
Esse processo foi fundamental para a minha real inserção dentro da irmandade, trazendo uma nova iniciação ao iniciado. Uma nova perspectiva de objetivos e valores. Percebemos assim que esse processo de dores e angústias são importantes e necessários para ativar os sinais de que algo não está certo, algo não faz sentido, que as respostas ainda não vieram e que algo precisa ser feito a respeito. Contudo quando nos debatemos em loja e identificamos alguns irmãos, já não tão iniciados, em conflito, tentando impor, por mais que não aceitem ou vislumbrem dessa forma, sua maneira de pensar. Provavelmente suas dores não foram trabalhadas e aperfeiçoadas nos períodos introdutórios da maçonaria, tornando-se cláusulas pétreas em loja.
A ignorância nos proporciona menos questionamentos e mais aceitação, mas à medida que o aprendizado avança, que a lapidação da pedra cúbica evolui perecemos maior controle de nossas emoções, maior controle dos nossos pensamentos intuitivos e reativos e as nossas paletas de cores assumem tons pastéis.
4 – Essencialismo no processo evolutivo
Em convergência com o mundo profano, na Maçonaria há um dinamismo de pautas e responsabilidades que agregam à ordem. Temas que devem ser considerados e conduzidos. Entretanto, entendo que não se trata do essencialismo para os IIr∴ dentro de um processo de evolução espiritual no qual almejamos. Quando pautamos a necessidade de desbastar a nossa personalidade para o nosso crescimento espiritual, precisamos analisar todas as variáveis disponíveis. Deve se desprender o maior tempo possível nas escolhas do que temos disponível em nossa vivência para ser base para nosso aperfeiçoamento.
Deve ser levado em consideração o histórico do mundo profano nos aspectos de família, relações interpessoais e seus processos de anti-fragilidade dentro das experiências vividas. Nesse caso pode-se entender como anti-fragilidade a capacidade de se “beneficiar” com o caos, que as vezes é apresentado, e o fato de não se ter meios com o qual se possa mitigá-lo, fazendo com que nasça uma forma de aprender e se adaptar à nova realidade existente. Esse processo muitas vezes traz resultados melhores do que quando pensamos na “vacina DO CAOS”, a fim de tentar evitar colapsos emocionais. Saímos mais experientes, flexíveis e maduros. O que entra em questão é como vamos utilizar esse benefício dali em diante.
Dentro da Maçonaria as pautas que se tornam contribuintes para o desenvolvimento estão mais relacionadas aos estudos filosóficos, os aprendizados em loja e o compartilhamento das vivências dos IIr∴.
No segundo momento, após o desprendimento de um considerável tempo para análise nos pontos existentes no mundo profano e Maçonaria, deve ser feito um critério de seleção do que realmente é essencial para o seu desenvolvimento espiritual. Os demais assuntos e rotinas, não menos importantes, devem ser deixados para outras discussões, uma vez que se entende que já se dedicou um grande momento de reflexão nessa escolha.
Ao trazer essa elegibilidade dos caminhos do crescimento espiritual podemos fazer uma conexão com a paleta de cores das nossas emoções, interligadas ao Maço e o Cinzel tendo-os como principais instrumentos no processo de crescimento. Como já mencionado, cabe reforçar que as dores e angústias são importantes e necessárias para ativar os sinais de que algo não está certo ou ainda não está fazendo sentido. O medo, o receio e as insatisfações são dignos de considerações. Contudo, isso não pode ser um recurso que te paralise. Deve servir sempre como subsídios emocionais para que se possa direcionar a mente (Maço) para uma evolução espiritual com escolhas e atitudes (Cinzel) relevantes e que façam diferença no meio onde se encontra e, principalmente, dentro de si.
Essa reconstrução espiritual, considerando que já nasceu e está sendo conduzido um espírito existente no mundo profano, deve ser realizada de forma cuidadosa e lenta. Sem antecipar momentos e, dentro da loja, os graus, para que a irmandade se faça de forma sólida e com alicerces duradouros.
Nesse processo de aprendizagem e reformulações de caráter e experiência é que os IIr∴ devem se unir, mesmo que ainda míope à luz, do menor ao mais elevado grau, para que se entendam sem tirar conclusões precipitadas de suas convicções diante de um elefante. Devem focar no essencial que é o fato de maior espiritualidade, maiores percepções e aberturas as novas propostas que podem ser boas para todos.
5 – Considerações finais
O que torna o crescimento maçônico interessante é a divergência do ponto de vista de cada um. A discordância traz crescimentos e possiblidades de se entender o que realmente pode ser melhor a se seguir. Comigo não foi diferente desde a minha iniciação até aqui. Momentos de incompreensão, conturbações e medos que quase me paralisaram. Quase paralisei. Quase fiz parte da evasão maçônica. Foi nesse momento que me permiti viver a dor e o luto que sentia. Enfurecer-me com a destruição das minhas hipócritas convicções e pedir auxílio aos IIr∴ que se encontravam mais próximos de mim.
Com as oportunidades corretas e busca dos estudos que me completam com ser humano foi com que fui capaz de seguir em frente. Capaz de trazer para dentro de mim a maçonaria que tanto busco e me permito vivenciar. É nessa trajetória que entendo que não ter certas convicções são saudáveis para o crescimento, que os conflitos devem existir e que há uma irmandade maior do que preceitos e regras.
No entanto, quanto mais busco o meu desenvolvimento espiritual, percebo o quanto sou pequeno diante as obras do G∴A∴D∴U∴ e o que nada é por acaso. Que não existe um papel mais importante do que o outro, mas que cada um cumpre os seus desígnios de acordo com o momento ali disposto. É dessa forma que pretendo buscar entender mais para que possa ser alguém melhor e contribuir para o auxílio daqueles que estão em meu entorno. Principalmente estar pronto para qualquer atuação no mundo maçônico e profano. Peço sempre ao G∴A∴D∴U∴ que sempre interceda em meus caminhos para que eu jamais esqueça o Maço e o Cinzel do meu ser.
Autor: Marcelo Marcus Martins Costa*
*Marcelo é membro da ARLS Jacques DeMolay, nº 22, do oriente de Belo Horizonte e jurisdicionada à GLMMG.
Notas
[1] – Expressão procedente do germânico ordael (sentença), as ordálias foram práticas de julgamento utilizadas principalmente no período denominado “Alta Idade Média” (séculos V ao X). De cunho estritamente religioso, as ordálias, também conhecidas como “juízo de Deus”, consistiam em um ritual em que o réu se submetia a uma provação, onde por meio de participação de elementos da natureza, estimava-se que a intervenção divina iria provar ou não sua inocência.
[2] – O termo “simbolismo” é derivado da palavra “símbolo”, que por sua vez deriva de symbolum em latim, um símbolo de fé e symbolus, um sinal de reconhecimento, da língua grega clássica σύμβολον symbolon, um objeto cortado pela metade constituindo um sinal de reconhecimento.
[3] – Um dos registros arqueológicos operativos mais antigos é um conjunto de maço e cinzel, datado de cerca de 2 mil a.C. (4 mil anos atrás) e encontrado numa tumba egípcia em Tebas. As ferramentas foram utilizadas durante o reino do faraó Mentuhotep II e são parte do acervo do Metropolitan Museum, de Nova Iorque.
Referências
CURY, Augusto. Ansiedade, como enfrentar o mal do século. Pinheiro, São Paulo. Editora Saraiva. 1ª edição 2015, 4ª tiragem 2016. BARROS, Daniel Martins. O lado bom do lado ruim. SP, São Paulo. Editora Sextante. Ano 2020. LOPEZ, Roberto. O livro da bruxa. SP, São Paulo. Editora Ediouro Publicações S.A. Ano 2008. ISMAIL, Kennyo. Ordem sobre o caos. Brasília, DF, No esquadro, 2020. TALEB, Nassim Nicholas. Anti-frágil, Coisas que se beneficiam com o Caos; Capítulo Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 1ª edição. 2020. https://www.freemason.pt/o-maco-e-o-cinzel-simbolos-maconicos/ O maço e o cinzel – Símbolos Maçónicos. Acesso dia 03 de outubro de 2022 22:08 horas
https://www.recantodasletras.com.br/ensaios/3696864/O MAÇO E O CINZEL-SIMBOLOS MAÇÔNICOS SIMBOLOS MAÇÔNICOS. Acesso dia 09 de outubro de 2022 às 17:52 horas

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