A Ressonância Schumann

Em inúmeras ocasiões ouvimos as pessoas dizendo que o “tempo está curto”, que não têm tido tempo para fazer todas as suas atividades, ou seja, que precisam que o dia tenha mais horas para fazermos todas as nossas tarefas.

Notamos esse frenesi no trânsito, nas pessoas andando apressadas, na falta de paciência para com os mais lentos e até quando temos que ouvir um irmão com mais atenção.

Percebemos pessoas dizendo que dormiram pouco, pois precisaram trabalhar ou estudar até a madrugada para dar conta de suas tarefas, que o ano passou rápido demais.

Pois bem. Em 2004, o teólogo Leonardo Boff escreveu um artigo para o Jornal do Brasil (5 de março de 2004) teorizando sobre o porquê dessa noção de que os dias aparentemente possuem menos horas do que realmente precisamos. Ele atribuiu a essa percepção humana a ocorrência de um fenômeno da física denominado “Ressonância Schumann”.

W.O. Schumann foi um físico alemão que, em 1952, constatou que o nosso planeta é cercado por um campo eletromagnético poderoso, que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera. Para aqueles que não se lembram, a biosfera terrestre (a parte habitável de nosso planeta), é a área da atmosfera aonde podemos ir sem proteção especial e que tem na ionosfera o seu limite superior.

Assim, Schumann enunciou que essa área do planeta, entre o solo e a ionosfera, forma um escudo que nos protege das radiações siderais, e, como todo fenômeno eletromagnético, possui uma frequência, uma espécie de ritmo ou pulsação. Schumann determinou em 1952 que a frequência dessa cavidade protetora em que vivemos era de 7,83 Hertz.

Leonardo Boff em seu artigo, afirmou que essa frequência é uma espécie de marca-passo planetário e uma referência para todos os seres vivos da biosfera terrestre. Inferiu que 7,83 Hz era o valor da frequência natural dos seres humanos e que nossas vidas eram influenciadas pela frequência planetária, ou mais especificamente, pela Ressonância Schumann.

Disse que a partir dos anos 80, o marca-passo planetário acelerou passando de 7,83 Hz para 13 Hz. Com isso, os organismos vivos submetidos a essa ressonância ou magnetismo, tenderam a alinhar-se com esse novo batimento, ou seja, atribuiu o frenesi da sociedade atual ao aumento dessa frequência planetária.

Boff diz ainda que o coração da Terra disparou levando o planeta a mais atividades vulcânicas, degelo das calotas polares, “El Niños” mais severos, furacões mais frequentes, etc. Afirmou que devido ao aumento dessa frequência nossa jornada de 24 horas passou a ser de fato de 16 horas e, portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base nessa alteração da Ressonância Schumann.

Teoriza também que o único meio para que esse fenômeno se reverta é que os seres humanos busquem a serenidade e o seu equilíbrio interior, vivendo com mais amor, pois o amor é uma energia essencialmente harmonizadora.

Buscando agora o que dizem nossos cientistas, verificou-se que de 1952 até os dias de hoje a variação na frequência foi de praticamente 0,1 Hz devido às explosões solares, atingindo apenas o valor máximo de 7,9 Hz, não muito diferente de 7,83 Hz. Podemos comprovar também que não houve alteração na passagem do tempo a partir do lançamento de satélites localizados após a ionosfera, ou seja, fora da influência da Concha de Schumann, e que possuem relógios atômicos que após anos ainda estão perfeitamente sincronizados com os relógios que ficaram na Terra.

Mas de onde vem então essa percepção de todos nós de que o tempo passa mais rápido? A resposta está em nós mesmos! Se formos a um interior longínquo da Região Amazônica, ainda encontraremos cidades pequeninas que mal possuem energia elétrica.

Veremos lugares onde as pessoas possuem o hábito de fazer rodas de conversas, de observar a chegada da “Estrela D’Alva”, o planeta Vênus, que depois da Lua é o corpo celeste mais brilhante de nosso firmamento e que sempre chega junto ao alegre cantarolar dos grilos. Nesses interiores tudo é perto e o tempo passa deliciosamente devagar.

O que de fato aconteceu conosco nas grandes cidades é que recebemos diariamente um bombardeio de “inputs”, ou seja, de informações que chegam e que precisam ser respondidas com rapidez. Estamos envolvidos nesse ritmo, nessa roda insana de nossa sociedade conectada.

Mas como reverter essa situação que nos gera tantos desgastes, males físicos e mentais?

Segundo Siddharta Gautama (2003), talvez a resposta esteja no “caminho do meio”, assim como nos ensinou Buda… “Nem tanto ao céu, nem tanto a Terra”.

Temos que dar uma cadência às nossas vidas… parando nos momentos certos, buscando a organização mental, a serenidade em nossas ações… temos que buscar a harmonização. Pessoas com equilíbrio conseguem transmitir sensações de paz e de bem-estar. Torna-se prazeroso estarmos próximos a pessoas equilibradas energeticamente.

Lembremos da régua de 24 polegadas que nos serve de referência, lembremos de meditar, de buscar a organização mental para conduzir nossas tarefas e nosso dia.

Lembremos que como disse Boff, na parte de seu texto que nos servirá como ajuda, que temos em alguns momentos em nosso dia que sermos “menos cultura” e “menos competitivos”.

Temos que ser mais seres humanos, mais amorosos e mais fraternos. Temos que ser um pouco menos reativos e mais humanos… olhar estrelas, como faziam nossos antigos mestres egípcios, apreciar a beleza das flores, conversar, confraternizar… dar boas risadas!

Só agindo desta forma, conseguiremos realmente atingir o nosso equilíbrio físico e mental que nos defenderá do ritmo alucinante de nossa sociedade urbana, para que a paz e a tranquilidade estejam de fato entre os seres que habitam este lindo planeta azul.

Autor: Cézar Furtado

* Cézar é VM da Loja de Estudos e Pesquisas Acácia Canoense, 252, filiada à GLMERS – Oriente de Canoas, Rio Grande do Sul.

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Referências

Jornal do Brasil – RJ – Coluna do Teólogo Leonardo Boff – 5 de março de 2004

GAUTAMA, S. A Doutrina de Buda. São Paulo: Martin Claret, 2003. p.19

Material eletrônico, artigo de revista eletrônica:

Artigo Científico – A ressonância Schumann e a disparada do coração da Terra – Alberto Gaspar (Dr. Pela USP e Prof. Física da UNESP-Guaratinguetá) – Autor da Ática, 2006.
http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/secoes/atual_cie.aspx?cod=751

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