Campanha Maçom Solidário e Construtor Social

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O Irmão carente e o “mala”

7 Dicas para sua empresa fazer sucesso no Whatsapp“Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores.” (Provérbio Chinês)

A presente reflexão não tem caráter técnico-científico, não aborda carência de posses, de valores morais, financeiros, como a recorrente e insolucionável falta de dinheiro, bem assim não pretende criticar ou ofender suscetibilidades, baseando-se, apenas e tão somente, em observações e registro de comentários, às vezes bem ou mal humorados, envolvendo a variante afetiva e outras necessidades de ordem material, mesmo inusitada.

Quanto à primeira carência, restringimo-nos àquelas caracterizadas pelos imperativos demonstrados por muitos de nós, em nosso reduto e nas relações com irmãos de oficina, envolvendo uma busca constante por atenção, aprovação e tudo mais que envolva certa dependência que inspire segurança, reconhecimento, consolo e aceitação.

Alguns esboços de demonstração de carecimento são hilários, atualmente proporcionados pelas mídias sociais, notadamente nos nossos grupos de WhatsApp, onde irmãos, para chamar atenção sobre si, não se cansam de postar vídeos, mensagens quilométricas repetidas à exaustão, às vezes sem o cuidado de conferir a veracidade e os registros anteriores e…. toma lá de novo. Foi! E…. foi outra vez! Da mesma forma, em vários grupos. Com o mesmo ardor enviam também como mensagens privadas, sem a mínima autocrítica ou desconfiança de estarem sendo inoportunos ou exagerados. Sem os mínimos cuidados, após uma notícia triste de um irmão, colocam uma piadinha de mau gosto. Isso sem falar nos engraçadinhos que se maravilham em provocar as pessoas.

Aqueles mais inveterados ou deslumbrados pelas tecnologias, movidos quiçá por inspiração etílica, conforme especulações de entendidos, escrevem qualquer patetice, algumas de forma quase criptografada, colocam nas redes sociais ou em grupos específicos, e ficam aguardando e/ou cobrando os “joinhas” ou aprovação ou comentários, como se aquilo fosse marcar ponto de referência inédito na Ordem, tipo antes e depois da minha abalizada opinião de Mestre, do meu post genial, sem observar o respeito e cuidado com a norma escrita e a paciência e disponibilidade de tempo dos destinatários. Para alguns o aplicativo funciona como um big brother ou uma ouvidoria da vida. Importante saber que o WhatsApp disponibiliza o recurso do “Responder em particular”, que alivia o estresse sobre os demais. E por aí, vai. Mas divagamos.

Como a maçonaria é uma família, onde os obreiros tratam-se como irmãos e estão comprometidos em prestar apoio, não são raros os casos que requerem olhar mais afetuoso, ouvido mais paciente e ombro amigo, por uma série de motivos, sejam problemas de saúde, frente a constantes relatos de doenças e sofrimento envolvidos, perdas de entes queridos, conflitos familiares e nos relacionamentos com outros irmãos da Loja, e demandas de ordem geral, cujas experiências sempre trazem ensinos para nossas vidas.

Até aqui, fraternalmente, tudo está amparado pelos fundamentos da Ordem, que se apresenta como uma associação que pugna pela mútua assistência, pela igualdade, pelos laços de recíproca estima, amizade, confiança e prática das virtudes, cabendo a cada um dar um pouco de si, conforme as próprias limitações e boa vontade. Mas, o que chama sempre a atenção são os excessos de demandas, que normalmente recaem sobre aqueles mais receptivos e carinhosos no trato cotidiano, que poderia ser atenuada se prestássemos um pouco mais de atenção ao nosso redor e fôssemos mais condescendentes e prestativos.

E não se pode imaginar que essa realidade seja restrita àqueles mais abertos e que procuram ajuda. Há casos de irmãos mais travados, ausentes das trocas de mensagens, que se fecham em copas e, não fora certa sensibilidade para os sinais emitidos, consequências mais gravosas podem surpreender. Por isso, em momentos de maior vulnerabilidade, como nos afastamentos do convívio em Loja, a ajuda pode ser expressa com um simples telefonema, ou mesmo uma visita, levando o tradicional e tão festejado fraternal abraço, descartadas, neste contexto, os contatos apenas virtuais, muito mais fáceis, mas que não colhem resultados mais sensíveis e reveladores.

Testemunhamos, em várias oportunidades, irmãos que se levantam emocionados em Loja para agradecer o apoio recebido dos demais por ocasião de uma enfermidade, com relatos de surpresas de parentes e amigos que se manifestaram encantados pela forma como concretamente a fraternidade se expressou nos seus momentos de maiores dificuldades.

Há, ainda, os casos de carências emergenciais em que irmãos, os quais não conhecemos pessoalmente, se socorrem dos meios de intercâmbio de mensagens via e-mail, como o Grupo MMAALLAA (abreviatura de “Maçons Antigos Livres e Aceitos), moderado pelo valoroso e abnegado irmão José Airton Carvalho (GLMMG).

Referido Grupo conta com mais de 2.700 participantes de Minas Gerais e está integrado a mais de 70.000 maçons, espalhados pelo Brasil e América Latina, por intermédio de vários grupos maçônicos, e que não apenas se restringe à divulgação da cultura maçônica, como do Blog “O Ponto Dentro do Círculo”, coordenado pelo dinâmico irmão Luiz Marcelo Viegas, de repercussão internacional, mas presta serviços de utilidade pública, assistência social, orientação aos irmãos em trânsito pelo País e divulgação de oportunidade de empregos à família maçônica e a todo irmão que carecer de algum tipo de orientação.

Nos relatos de socorro concernentes ao MMAALLAA, por vezes incompreendido e criticado por quem ainda não careceu de auxilio, registram-se situações de apoios prestados em regiões mais longínquas, pelas Lojas da jurisdição, onde irmãos em viagens a trabalho ou com a família deparam-se com acidentes, demandas por atendimento médico ou direcionamento para uma emergência qualquer, até casos envolvendo o desaparecimento de um familiar, bastando apenas a transmissão de uma mensagem com o relato da situação, para que uma solução seja encaminhada. A restrição é que no Grupo não são permitidas discussões de assuntos jocosos, piadas de baixo calão, sincretismo, sectarismo ou proselitismos. Os desatentos recebem um cartão amarelo. Os reincidentes são discretamente banidos. Fácil de entender!

Para que esse instrumento não de desgaste, precisamos ficar atentos quando ao conteúdo e direcionamento das providências. A situação mais combatida por vários usuários, motivo de reclamações constantes, é no sentido de que, uma vez encontrada uma forma de solucionamento, os entendimentos se façam de forma privativa, sem entulhar as caixas de entrada dos e-mails com conversas que não mais interessam aos demais participantes do Grupo MMAALLAA, evitando-se, assim os indesejáveis pedidos de exclusão, tipo “me tire disso aí” ou “essas mensagens estão atrapalhando minha concentração no trabalho”, “não aguento mais”, dentre outras formas menos acolhedoras. Os mais antenados e incomodados, quando percebem que a condição é de “mala-sem-alça”, sabem que a forma de se excluir automaticamente é simples, dispensando-se chiliques ou tremeliques, e permanece fixada no final de todas as mensagens. Basta prestar atenção: ler.

Por isso, na convivência com os nossos irmãos, de forma extensiva aos nossos lares, é importante que reconheçamos, de uma forma ou de outra, que todos temos nossas insuficiências, eventuais demandas, incômodos, prioridades e motivos de discordâncias, mesmo que nos recusemos a aceitar essas possíveis “fraquezas”, aplicando-se o dever de vigilância permanente para a qualidade de nossas vidas afetivas no âmbito de nossas Lojas, para que não tomemos atitudes das quais possamos nos arrepender mais tarde. Da mesma forma, como família maçônica, não podemos deixar de refletir e inspirar-nos nos tão decantados sentimentos de amor fraternal, fundamentados sobre a virtude da solidariedade que tanto valorizamos.

“Somos todos carentes fingindo o contrário!” (anônimo!)

Autor: Márcio dos Santos Gomes

Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Academia Mineira Maçônica de Letras e, para nossa alegria, um colaborador do blog.

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Tornar feliz a Humanidade!

Tornar feliz a Humanidade! – Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

É sabido que a Maçonaria moderna não é uma organização com propósitos específicos de auxílios mútuos, de caridade ou de promoção de campanhas sociais, mas tem responsabilidades e deveres para com a Sociedade, tendo entre vários de seus princípios o do combate ao obscurantismo, aos preconceitos, aos erros e o trabalho incessante pela felicidade do gênero humano.

A reflexão que fazemos neste momento é sobre a força revigorante do serviço voluntário que concretamente pode dar oportunidade ao autêntico Maçom de praticar o bem e a se dedicar à felicidade de seus semelhantes mais próximos e menos favorecidos pela sorte. Nada que o impeça de dedicar-se também a causas de maior apelo e repercussão.

Têm-se notícias que hoje no Brasil milhões de pessoas estão envolvidas em atividades voluntárias e que não se omitem ao abrigo do argumento de que isso é tarefa atribuída a governos e autoridades por lei encarregadas de cuidar dos mais necessitados. Nesse aspecto, não podemos olvidar a preocupação com a qualidade dos políticos e dos governos que nos representam e sobre os quais somos os responsáveis pela escolha.

Estudos sobre o tema já comprovam que pessoas que ajudam o próximo têm uma melhor saúde e vivem mais. Mas não é só isso. O espírito do trabalho voluntário remete a uma mudança mais profunda, a uma modificação em termos de atitudes e comportamentos que podem redundar em incentivo e criação de políticas que visem a eliminação das disparidades e da exploração dos mais fracos, que sabidamente aflige os trabalhadores pauperizados e deserdados do desenvolvimento.

Essas distorções decorrem de um arranjo competitivo de ações geradas por instintos, vícios e paixões, onde o ser humano, no afã de consumir cada vez mais, de melhorar o próprio status e conquistar poderes, se vê envolvido de uma forma gananciosa e desmedida na satisfação dos seus próprios interesses ou de seu grupo de referência, levando a descalabros como corrupção, inversão de valores, guerras, destruições e construção de muros dividindo ricos e pobres, com a exclusão de muitos.

E, no convívio diuturno com essa realidade, aos poucos tornamo-nos indiferentes ao sofrimento alheio, embotando nossa sensibilidade e sem nenhum impacto passamos a banalizar a tragédia, a sina dos perseguidos e refugiados, das vítimas de violência sob todas as suas nuances, e a aceitar a corrupção até há bem pouco tempo vista como endêmica e natural, como se tudo fosse normal.  Normal a situação de famílias, de jovens e adultos sem perspectiva e perambulando em busca de emprego, crakolândias se expandindo, crianças e pedintes nos sinais de trânsito, mendigos se aglomerando nos escassos pontos de assistência solidária, em busca de alimentação e de um alento, sem nenhum acesso à cidadania, à moradia, à saúde, à educação, ao transporte, à cultura e à dignidade, enfim.

Muitos de nós contornamos o conflito interno gerado com tal situação mediante golpes de generosidade, como o ato de dar esmolas, assinar cheques para obras de caridade, fazer doações esporádicas, mais frequentes no período do Natal e em campanhas promovidas pelas redes sociais ou amigos importantes, ou dizendo-se associado a um determinado grupo ou a um reconhecido clube de serviço, quiçá de amplitude global, somente para enfeitar currículos ou dar uma satisfação, sem, no entanto, suar a camisa.

Precisamos reconhecer que muitas vezes somos solidários por compaixão ou como desculpa para manter nossa consciência tranquila. E muitos ainda encontram consolo pensando lá no silêncio do coração: “sorte que não somos como eles!” Mas a solução não se resume simplesmente em doar dinheiro, dizer-se participante de movimentos de ajuda e permanecer com os braços cruzados, pregando o que os outros deveriam fazer ou aguardar que alguém o faça, ficando “de boa na janela”, no conforto do lar, apenas apontando ideias mirabolantes e criticando aqueles que fazem acontecer.

Mas é no ato da partilha, da solidariedade constante (destacamos) e de uma cidadania consciente, que se traduz o verdadeiro servir por amor. Isso se materializa quando arregaçamos as mangas e colocamos a mão na massa, nas práticas efetivas do bem, quando realizamos a missão maior do ser humano nesta experiência material do espírito, não apenas por meios indiretos e por palavras impactantes ou com posturas triunfalistas, mas de forma existencial, pela maneira transformadora de ser, que pode ser promovida individualmente ou por intermédio de organizações ou iniciativas voltadas para o voluntariado e que efetivamente se importem com o que se passa no campo social, na comunidade e não funcionem apenas para criação e distribuição de cargos vistosos e que satisfaçam apenas e tão-somente à vaidade dos que se dizem líderes desses movimentos.

Vemos, com muita esperança, multiplicarem-se as redes de solidariedade entre amigos, colegas de trabalho, ordens religiosas, clubes de serviços ou fraternidades, gerando oportunidades aos excluídos e que contribuem para amenizar desigualdades e injustiças, inspirando a consciência de que é bom e gratificante empenhar-se pelo bem comum, com o resgate de valores como a generosidade e o amor ao próximo e não apenas esperar pela ação sempre lenta e por vezes seletiva e enviesada dos governantes de plantão.

É muito bom ser um membro atuante de uma equipe composta por pessoas abnegadas e voltadas para compartilhar um pouco do que temos com os menos protegidos, mesmo que seja na simplicidade da doação de algumas horas de dedicação por mês. Melhor ainda é convidar um amigo para nos apoiar nessa empreitada e ouvir, depois uma tarefa cansativa, porém prazerosa e restauradora da alma, a exclamação: “obrigado pela oportunidade de poder ajudar! Eu fui o maior beneficiado!”.

Assim agindo estaremos contribuindo pela paz tão almejada, que somente pode ser alcançada com persistente esforço em prol de uma vida digna para todos. No simples exercício do serviço desinteressado, o Maçom pode construir um legado e dar um pequenino passo para uma jornada que permita viabilizar o tão decantado e às vezes distante ideal de “tornar feliz a humanidade” e demonstrar o verdadeiro amor e gratidão ao Grande Arquiteto do Universo.

Você não pode ir muito longe enquanto não começar a fazer algo pelo próximo.” (Melvin Jones)

Autor: Márcio dos Santos Gomes

Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Academia Mineira Maçônica de Letras e, para nossa alegria, um colaborador do blog.

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O Hospitaleiro

 
O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover o alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, por meio da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.
 
Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em ações ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratica, ainda que Ir.’., ou auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçom deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. 
 
De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência.
 
Livre, porque autodeterminado e, portanto, responsável pelos seus atos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus IIr.’.. 
 
A solidariedade dos maçons existe e pratica–se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afetam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.
 
Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus IIr.’.. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é “coordenados”, não “efetuados” ou “realizados”. O Hospitaleiro não é o Oficial que efetua as ações de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas ações. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.
 
É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efetuar a tarefa, ou delegá-la a outro Ir.’. que seja mais conveniente que a efetue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação.
 
O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do Ir.’., de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais IIr.’. se devam processar, de forma a que, nem o Ir.’. se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contatos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental… 
 
A solidariedade maçônica pode traduzir-se em atos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples ato de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se precisar, tem-se um apoio disponível…) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões…). 
 
A escolha, a combinação, o acionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os atos generosos, mas anárquicos e descoordenados… 
 
O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e atuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, atuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam “todos por um”, não “cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus”…
 
A solidariedade maçônica é assegurada, em primeira linha, entre IIr.’.. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e aos filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida, cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente! 
 
E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçom, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As ações de solidariedade ou beneficência em relação a quem – maçom ou profano – necessita, em auxílio das organizações ou ações que benevolamente ajudam quem precisa são, em relação à Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.
 
O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçônica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçom experiente, se possível um ex-Venerável.
 
O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa em que o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçom dá para o Tronco de Solidariedade. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar à disposição de quem dele necessite. 
 
Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vai muito além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.
 
A propósito de solidariedade: já se decidiu se contribui, na medida do que puder e quiser, para auxiliar a Inês? Se sim, não guarde para amanhã o que pode fazer hoje. Relembre aqui como pode ajudar e… trate disso! Já! Não se deixe vencer pela inércia!
 
 Autor: Rui Bandeira

Fonte: A Partir da Pedra

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