A origem da maçonaria especulativa – Estado das teorias

De todos os debates relacionados com a história da Maçonaria, referente às origens da Maçonaria especulativa não se deve duvidar um instante de que é um dos mais fundamentais.

Agora, na França, esse assunto apareceu mais ou menos recentemente, e eu contribuí modestamente a que se conhecesse em 1989, publicando-o na Revista Renaissance Traditionnelle, através de dois longos artigos em que manifestava precisamente sobre que esta questão pode existir e existe um debate sério, expondo pela primeira vez em francês uma parte fundamental dos estudos realizados até esse momento na Inglaterra e na Escócia, desde o início dos anos setenta.

O simples fato de levantar a questão das origens da Maçonaria Especulativa, e para dizer claramente as coisas, mencionar a ausência de afiliação direta com a Maçonaria operativa medieval como uma hipótese simplesmente possível, foi suscitado em diferentes meios, e se viu em diferentes estudos, por vezes com reações francamente hostis, às vezes chegando às raias da irracionalidade.

Observo que, desde então, vários autores, em diferentes estudos e algumas obras, consideraram útil mencionar esse debate, já dado como inevitável e, portanto, era necessário examinar, pelo menos, as teorias da substituição e a teoria clássica da transição geralmente considerados como dignas de crédito dentro da Maçonaria.

É obviamente na Inglaterra e na Escócia, onde acontece todo um progresso considerável a esse respeito, embora não se possa negar que existem certas oposições, e que estas se expressem de bom grado. No entanto, a emoção suscitada por este novo problema, e o próprio fato de se estar, até certo ponto diante do “debate sobre o debate”, obrigam-me, antes de abordar o núcleo da questão, a regressar à moda de um preâmbulo necessário e quase obrigatório a tecer algumas considerações metodológicas que valem em si mesmas para o todo este trabalho.

Nosso estudo, por trinta anos, endossou a posição definida em 1947 por dois grandes historiadores ingleses da Maçonaria: Knoop e Jones, manifestada no prólogo da primeira edição de sua obra principal The Genesis of Freemasonry:

Em primeiro lugar, advertem os autores, embora tenha sido até agora habitual pensar na história da Maçonaria como uma questão separada da história comum, justificando assim um tratamento especial, pensamos que se trata de um ramo da história social, do estudo de uma instituição social particular e das ideias que estruturam esta instituição, e que se deve abordar e escrever exatamente da mesma forma que a história de outras instituições sociais.

Só temos que retomar a essas observações que aprovamos sem reservas, convencidos de que não há outro caminho possível na pesquisa histórica. Essa é uma escolha obviamente importante que, inevitavelmente, está longe de ser compartilhada pela unanimidade dos autores que trabalham na história maçônica.

Assim como a história de algumas religiões e de algumas igrejas, tratadas com objetividade, às vezes dolorosa para o historiador, visto que envolve conflitos muito vívidos com alguns fiéis que se recusam a observar e digerir sua própria história, é o que acontece com a historiografia maçônica que chamaremos de “a história secular” da Maçonaria, e que é um obstáculo do qual o historiador da Maçonaria deve estar plenamente consciente.

Há mais de quinze anos, o estudioso inglês John Hamill, que foi durante muito tempo bibliotecário da Grande Loja Unida da Inglaterra e curador de seus fabulosos arquivos e seu museu, em sua obra intitulada The Craft (que foi republicada em 1994 com um trabalho revisado em seu fundo e forma com o título: History of English Freemasonry), onde já se expressava claramente sobre essa dificuldade:

“Há então dois tipos de abordagem da história maçônica: o enfoque, propriamente dito, como “autêntico” ou científico, segundo o qual uma teoria se funda e se desenvolve a partir de fatos verificáveis ou de documentos; e a chamada abordagem “não autêntica” que se esforça por recolocar a Maçonaria no contexto da tradição do Mistério, procurando ligações entre os ensinamentos, as alegorias e o simbolismo da Maçonaria, de um lado, e as diferentes tradições esotéricas, de outro. A ausência de algum conhecimento sobre o período das origens da Maçonaria, e a diversidade de enfoques possíveis certamente explicam por que esse problema continua a ser tão cativante. […] Saber se algum dia descobriremos as verdadeiras origens da Maçonaria é uma questão que permanece sem resposta.”

Com essa perspectiva, gostaria de contribuir com algumas reflexões sobre o problema das origens da Maçonaria Especulativa, e o faço, não apresentando catálogos pesados ​​e entediantes de teorias mais ou menos baseadas em fatos ou documentos escrupulosamente analisados, mas como uma síntese de dez anos de trabalho, de reflexões e investigações pessoais sobre este assunto que agora exponho.

Vulgata maçônica: a teoria da transição

A tese mais antiga e difundida é aquela que expõe a maioria das obras consagradas à história maçônica na França, que compartilha espontaneamente a grande maioria dos maçons, e que necessariamente não examina a questão profundamente. É a teoria conhecida como Transição.

Até mesmo na rigorosa escola histórica da Maçonaria inglesa, fundada no final do século passado por Gould e Hughan, essa teoria foi ensinada durante muito tempo. Nas últimas décadas, seu mais brilhante defensor foi o erudito Harry Carr, que tem sobre o resto dos historiadores da Inglaterra uma posição intelectual preeminente e estimável. Esta teoria, diz que ao sair da Idade Média, a Maçonaria Operativa, que então contava com uma organização com lojas e usos rituais, sofreu um certo declínio, por causa de mudanças econômicas que afetaram o ofício da construção.

Na Grã-Bretanha, e em particular na Escócia, no final do Renascimento e, mais especificamente, no decorrer do século XVII, o produto de uma transformação sensível na Instituição, homens alheios ao Craft foram ocupando frequentemente posições importantes, geralmente desempenhadas por intelectuais que de bom grado eram atraídos pelas especulações resultantes da corrente vigente na época, de raízes alquimistas e neoplatônicas nascidas em Florença no século XV, combinadas com a tradição Rosa-Cruz, muito difundida desde o início do século XVII. Esses indivíduos haviam entrado nas lojas em momentos em que elas estavam quase moribundas.

Esses Maçons Aceitos, pouco a pouco, aumentaram seu número e influência ao ponto de se tornarem maiorias dentro das lojas, chegando até certo ponto a eliminar os maçons operativos, tornando-se desse modo estranhos em sua própria instituição. Esta Vulgata, também implica algumas alternativas, e às vezes integra o que poderia ser chamado de lendas complementares.

A primeira dessas lendas, por exemplo, é o tema dos Maîtres Comacins, esses misteriosos maçons italianos que, em virtude de renomadas franquias que lhes foram conferidas pelo Papa – e que de resto justificariam a expressão franc-maçon – cruzaram toda a Europa, estendendo seu conhecimento arquitetônico, geométrico e esotérico, fertilizando assim os primeiros germes da Maçonaria Especulativa. Já mostrei em outro lugar, há alguns anos, de onde vem essa fábula sem nenhuma fundamentação documental, e como em um jogo de sucessivas cópias sem verificação das fontes, essa lenda foi adquirindo sinais de verdade.

Outro componente, muitas vezes confuso, mas muito vivo dentro da teoria da transição, é a hipótese compagnonica. Não é o momento de mostrar em detalhe as contradições e inverosimilhanças, no entanto, neste ponto, destacaremos que há uma confusão grave e frequente entre a Maçonaria Operativa, como pode existir, sob formas extremamente diversificadas no resto da Europa da Idade Média, na França, Grande Grã-Bretanha e Alemanha, por exemplo, com estatutos muitas vezes bem diferenciados, e a própria Corporação de Companheirismo. Organização de origem essencial, que por muito tempo foi quase exclusivamente francesa, e cujas origens históricas parecem certificadas até o século XV, mas sobre os usos dessa irmandade, lembremo–nos, temos pouca informação substancial ou confiável, pelo menos antes do final do século XVIII.

Em todo caso, é importante enfatizar o fato de que a Maçonaria Especulativa se formou, em condições ainda duvidosas, durante o século XVII na Grã-Bretanha, e nunca havia conhecido, nem coincidido com a Guilda de Companheirismo, pelo menos neste momento da fundação.

Que se possa situar a questão como organizações ligadas aos ofícios da construção – mas não exclusivamente para a Guilda de Companheiros – nas semelhanças de formas e usos, não deveria nos surpreender, mas devemos sempre ter em mente sempre este provérbio que todo historiador escrupuloso não deve esquecer “comparação não é razão” …

Uma crítica radical da transição

Foi necessário esperar até os anos setenta para que houvesse uma crítica decisiva que levasse adiante a teoria da transição. Foi o trabalho, em particular, de um notável pesquisador inglês: Eric Ward.

A crítica de Eric Ward baseia-se no significado classicamente associado a algumas das palavras-chave usadas pela teoria da transição. Citarei alguns exemplos.

Freemason, free-mason:

A origem e o significado da palavra freemason é um bom exemplo das ambiguidades exploradas pela teoria clássica. E. Ward pode demonstrar definitivamente que, ao contrário de todas as etimologias fantasiosas que correm hoje no mundo maçônico, a palavra freemason não pertence à Idade Média, já que é uma conformação de duas palavras freestone mason – maçom de pedra livre – designando assim um trabalhador que trabalha seletivamente uma certa qualidade de pedra macia que pode ser cortada e trabalhada de maneira muito fina.

Agora, se tomarmos os primeiros testemunhos relativos aos maçons ingleses não-operativos do século XVII, observamos que estes Maçons Aceitos são também indiferentemente designados pelas palavras Free Masons, ou Free-masons, com ou sem hífen, mas sempre com duas palavras.

Tudo indica claramente que, a partir do final do século XVII e início do XVIII, os termos Aceito e Livre são equivalentes a designar maçons não operativos. Mas conforme observado por E. Ward, em uma análise muito inteligente, freemason não é Free-Mason. A palavra free em Free-Mason ou Free and Accepted Mason simplesmente se refere ao fato de esses “novos” Maçons são “livres” em relação ao ofício, quer dizer, simplesmente alheios ao ofício.

Em resumo, a identidade fonética e a proximidade morfológica das palavras freemason (palavra muito antiga, derivado do anglo normando e ligada à prática operativa) e Free-Mason, não devem nos fazer esquecer a verdadeira diferença semântica, e não podem nos autorizar a procurar e introduzir um parentesco entre homens de diferentes épocas, que levavam esses nomes por razões evidentemente muito diferentes.

As lojas operativas inglesas

Outro problema apresentado é o fato de que a maçonaria especulativa nasceu na Inglaterra, no exato sentido do termo. Agora, sabemos que não existe documento que comprove que pessoas alheias ao ofício tenham sido admitidas nas lojas operativas inglesas.

Por outro lado, a realidade das lojas operativas – dentro do significado que podemos dar à palavra loja, à luz da maçonaria especulativa: uma estrutura permanente, regulando e controlando o Craft em todas as partes do território, providas de usos rituais. específicos – é um fato problemático em terras inglesas, já que não há traço histórico disso.

Além disso, algumas raras lojas operativas, muito tardias, curiosamente conhecidas apenas na Inglaterra, continuaram sendo operativas até seu desaparecimento. Não se pode, senão voltar ao estudo magistral de Knoop e Jones, The Medieval Mason, cuja primeira edição apareceu em 1933, e não deixa de ser notável que esta obra tenha sido publicada por historiadores profissionais, fora dos círculos usuais da erudição maçônica, e que tenhamos resgatado há apenas quarenta anos, e é o que nos coloca uma certeza: que na origem, as lojas maçônicas que aparecem na Inglaterra são puramente especulativas.

A loja de Chester, com efeito, era operativa e se desenvolve em meados do século XVII. Ela é muito bem estudada por historiadores ingleses, e teve uma existência transitória, pelo qual constitui praticamente um “hapax” na História maçônica inglesa.

Mesmo em relação à famosa Acception de Londres, do século XVII, inadequadamente qualificada como uma loja, já que este termo nunca aparece em seus anais, e erroneamente citada como testemunho da transição especulativa, é preciso dizer que ninguém sabe quem tomou a iniciativa de fundá-la, nem por que motivo. Este círculo de lojas constituído à margem da Companhia de Maçons de Londres, foi a única Guilda organizada conhecida na Inglaterra pelo ofício de pedreiro, cuja autoridade nunca se estendeu além do entorno de Londres.

Acception dentro da história maçônica deixa dois finos traços documentais: em 1610 e, em seguida, em 1686, no relatório de Elias Ashmole. Não se conhece nenhuma outra estrutura comparável na Inglaterra, nem então nem mais tarde. Parece ter sido uma espécie de clube que recebia, de acordo com a fórmula muito clássica de patrocínio que também será conhecida na Escócia, notáveis ​​e personalidades susceptíveis de favorecer o ofício.

Lembremo-nos, acima de tudo, de que os operativos, deviam admitir-se no seio da loja que controlavam, uma vez que não eram membros por direito. É por isso que a Companhia dos Maçons de Londres persistiu até nossos dias, e as Acceptions desapareceram sem deixar nenhuma descendência conhecida.

De modo algum se podem opor coisas que parecem se apresentar de maneiras diferentes, e em âmbitos muito distintos, tais como a Escócia, onde, no início do século XVII, a entrada de notáveis ​​em lojas operativas organizadas parece certa.

Teremos a oportunidade de voltar novamente sobre esse caso. De fato, o assunto da Escócia é muito interessante. Observemos, por enquanto, que a Escócia era, até o início do século XVII, um país estrangeiro e inimigo da Inglaterra, que havia muito poucas relações entre um e outro e que a existência de lojas operativas em Edimburgo ou Kilwinning, não explica por si mesmas as circunstâncias do surgimento de uma Maçonaria puramente especulativa, ao mesmo tempo que no sul da Inglaterra.

A hipótese do empréstimo

A partir da crítica a esta teoria, nasceu no início dos anos setenta, o que se pode chamar de uma contrateoria. Essencialmente negativa, pode-se dizer, esta não se propõe resolver positivamente a questão das origens da Maçonaria, mas sugere que a Maçonaria especulativa, ao contrário do que a teoria da transição afirma, teria uma origem deliberadamente emprestada com textos e práticas que pertencem ou que pertenciam aos operativos, mas de maneira totalmente independente, sem filiação direta ou autorização.

A maçonaria especulativa, portanto, não teria mantido, desde sua fundação, laços puramente nominais, mas, na melhor das hipóteses, laços alegóricos com os construtores das catedrais. Deixando, até certo ponto, a Maçonaria especulativa órfã de sua tradição fundadora, o questionamento levantado por E. Ward, e que levou à erudição maçônica inglesa procurar um modelo de substituição à teoria da transição, a partir de agora muito pouco operativa em sua formulação clássica, “Ce chantier est toujours en cours”.

Novos olhares sobre as Antigas Obrigações

A essa primeira pergunta veio a se juntar outra mais positiva na proposta que em 1986 lançou o grande erudito inglês Colin Dyer.

Esta teoria baseia-se em primeiro lugar na reconsideração da filiação desses textos fundamentais da tradição maçônica inglesa, que são as Antigas Obrigações (“Anciens Devoirs” ou “Old Charges”). Sabe-se, de fato, que entre as duas versões mais antigas conhecidas estão o Regius e o manuscrito Cooke, datados ambos por volta de 1400, e as versões seguintes que existem, mais de 130 atualmente, e colocadas em um índice até o século XVIII, tendo um período documental silencioso que chega a aproximadamente 150 anos.

Por outro lado, a partir da década de 1580, houve novamente uma quantidade crescente de textos das Antigas Obrigações. Agora, sabemos, graças à menção feita pelo Manuscrito Ms. Sloane 3848, que serviu para a iniciação de Elias Ashmole em 1646 na Loja Warrington, uma cópia das Antigas Obrigações era um tipo de ferramenta de trabalho essencial em Lojas especulativas inglesas, em particular o momento da recepção.

Naquele momento, tratava-se de uma cerimônia muito simples e breve para proceder a aceitação de um candidato. Isto é, admitido como um fato muito geral e, acima de tudo, sabendo que até o final do século XVI, aparentemente, não existia nenhuma loja operativa.

A hipótese de trabalho proposta por C. Dyer é estudar o conteúdo dessas novas versões das Antigas Obrigações, para obter um testemunho sobre o espírito e os usos especulativos ingleses daqueles que poderiam ter aparecido ao mesmo tempo que esses mesmos textos, isto é, muito mais cedo do que geralmente se pensa.

Os dois textos mais antigos disponíveis hoje, para esta “segunda onda”, são os Ms. Melrose, do qual se tem uma cópia datada de 1674, mas que alega referir-se a um original – desconhecido até hoje – de 1581, e especialmente o Ms. Grand Lodge n ° 1 que tem uma data clara de 1583, e que são interessantes para um estudo comparativo do seu conteúdo, com a antiga versão de referência que é o Ms. Cooke.

As diferenças observadas se resumem essencialmente em dois grupos:

  • Algumas atestam que esses novos documentos provavelmente não tiveram uso operativo e que os escritores provavelmente não pertenciam ao ofício de pedreiro. Assim, por exemplo, as condições antigas, relativas à obrigação de todo o Mestre de Obras – isto é, todo patrão – de proporcionar a substituição de todo trabalhador que não realizasse seu trabalho em tempo hábil e pagar-lhe somente pelo trabalho realizado foram simplesmente suprimidas
  • Outras obrigações surgem e têm significados morais e religiosos interessantes:
  1. A obrigação de servir lealmente ao senhor para quem se trabalha é substituída por um compromisso de fidelidade “a Deus e à Santa Igreja”. É necessário observar que este compromisso aparecia no Ms. Cooke sob a fórmula: “Deus, a Santa Igreja e todos os Santos”.
  2. A supressão dessa última menção tem obviamente um significado religioso provável, uma vez que prescreve que todo Maçom nunca deve cair no erro ou heresia de não ser em qualquer circunstância, um homem discreto e prudente.

No total, as diferenças observadas entre as duas séries de textos levam C. Dyer, à conclusão de que depois de um silêncio de mais de cento e cinquenta anos, o Ms. Grand Lodge n° 1 não é de forma alguma uma simples cópia, mais ou menos abreviada do Cooke, mas um documento totalmente novo, que introduz numerosas regras que não se referem diretamente à prática operativa, mas têm um caráter moral especificamente religioso.

O estudo mais detalhado da ortografia usada para os nomes bíblicos mostrados, por outro lado, no Ms. Grand Lodge, mostra que se fez uso das bíblias publicadas na Inglaterra depois da Reforma, o que significa que foi escrito a partir de 1540 ou por volta desse ano.

A partir deste estudo resulta a proposta de uma hipótese, segundo a qual o Ms. Grand Lodge seria um dos primeiros textos, de uma longa série, usados a partir dos anos 1540-1580, por um grupo de homens conhecido ao longo do século XVIII, sob o nome de Maçons especulativos, ou Maçons aceitos.

Agora, a história religiosa da Inglaterra do século XVI, pode nos fornecer elementos suscetíveis de apoiar esta tese. Durante todo esse período, todos aqueles que expressaram convicções religiosas contrárias ao poder existente perderam suas vidas nas fogueiras. Esta rotina diária em tempos especialmente conturbados, fez com que certas comunidades muito diferentes submergissem discretamente em suas práticas, ou até mesmo em segredo.

É durante os anos de 1560 a 1570, quando a crise religiosa atingiu seu clímax. Estes anos se caracterizaram, em particular, pelos diferentes conflitos que assolavam a Escócia e pela “deposição” teórica de Elizabeth pelo Papa em 1570. Paralelamente a esses eventos, os especialistas da história religiosa da Inglaterra levantaram a existência de um movimento geral constituído no seio da Igreja da Inglaterra, e cujo objetivo era fazê-la oscilar em direção ao campo da Reforma.

Por volta de 1570, segundo o historiador inglês J. E. Neal, tratava-se de uma verdadeira “organização secreta “que devia agir com prudência, devido às pressões dos mais moderados e às exigências expressas pela Rainha. Este movimento devia conseguir a formação de uma seita independente da origem da Igreja Congregacionista. O certo é que um testemunho daquela época levou grupos diferentes, com convicções morais e religiosas bem definidas a agirem com base na fórmula de organizações mais ou menos secretas.

Parece, pois muito provável, quando se segue a tese de C. Dyer, e de vários autores ingleses atuais, que o movimento que deu origem à Maçonaria Especulativa teve sua origem nas motivações claramente religiosas desses momentos. O estudo comparativo das Antigas Obrigações estabelece em particular, que este movimento, aparentemente secreto, e que a história religiosa da época torna compreensível, já não tinha qualquer vínculo com a Maçonaria Operativa, uma vez que teria sido estabelecido por volta de 1560 ou 1580, numa época em que conflitos religiosos atingiram sua maior intensidade.

As teorias múltiplas

Depois de quase vinte e cinco anos, diferentes autores pretendem reformular uma tal teoria alternativa que pode explicar o conjunto de testemunhos documentais que temos em relação ao período histórico em torno do nascimento da Maçonaria Especulativa, e suscetível de escapar às objeções de E. Ward.

Isso certamente se traduz em um certo desconforto por parte dos pesquisadores, e nos mostra o papel muito fértil da crítica devastadora de E. Ward, que se empenhou em reler todos os documentos disponíveis sobre a história da Maçonaria à luz dessa nova proposta. Desta forma, ele consegue propor uma teoria política, ligada aos eventos da guerra de 1640 a 1660 na Inglaterra, acompanhada por uma teoria religiosa que também explorou o papel da sociabilidade de caridade e as primeiras sociedades de ajuda mútua nascidas no século XVII nos meios artesanais, bem como o papel desempenhado pela dissolução das comunidades monásticas após a reforma inglesa de 1534.

É claro que nenhuma dessas teorias leva à convicção total. Todas tiveram um imenso interesse em promover uma redescoberta dos fundamentos históricos da Maçonaria Inglesa e da Maçonaria Escocesa, confundindo seu desenvolvimento, que é bem diferente e levou a uma nova teoria.

A chave escocesa: David Stevenson, em The Origins of Freemasonry.

Em 1988, duas obras do estudioso escocês David Stevenson apareceram sucessivamente. Esses estudos, por sua vez, trouxeram uma renovação completa da controversa questão das fontes da Maçonaria Especulativa. Apenas é possível resumir brevemente a tese sustentada pelo autor sem a ajuda de documentação abundante e segura. No entanto, descreverei suas linhas mais essenciais.

Em 1598-1599, um importante funcionário da Coroa escocesa, William Schaw, Supervisor Geral dos Construtores e Intendente dos Edifícios do Rei, dita uma série de regulamentos que organizam em novas bases o ofício de construtor na Escócia.

O Estatuto Schaw cria uma rede de lojas territoriais, que incluirão uma jurisdição que se definia geograficamente, e dava a estas lojas algumas modalidades de organização, fixando seu funcionamento, por exemplo, a tarefa de conferir aos trabalhadores os dois graus do ofício: o de Aprendiz (Entered Apprentice) e em geral, ao final de um aprendizado que chegava a aproximadamente sete anos, após o que recebiam o diploma que lhes permitia buscar livremente emprego como assistente de um mestre, isto é, de um empregador; o Companheiro (Fellowcraft). Desse modo afirmava seu controle total do ofício, mas acima de tudo, permitia que ele eventualmente solicitasse a entrada na Guilda de Mestres, Corporação distinta da loja e organização puramente civil e política, e que se apresentava como uma classe de sindicato patronal, controlando ao mesmo tempo o ofício e a cidade.

Em um trabalho notável e escrupuloso, D. Stevenson mostra que essa organização era profundamente inovadora e estritamente limitada e ligada à Escócia.

Nunca, nem na Escócia, nem na Inglaterra, havia existido tal sistema, e muito menos dotando a loja de um status jurídico e uma personalidade moral, que buscavam uma verdadeira permanência. Em suma, para desempenhar o papel de “Oficiais” (o Vigilante ou Guarda ou de Diáconos). O Estatuto Schaw é uma evidência, e estabeleceu as bases estruturais que mais tarde se transformarão na Maçonaria Especulativa.

A Maçonaria Especulativa é a contribuição mais notável de D. Stevenson, no entanto, devemos mostrar que, ao contrário da versão propagada pelas teorias clássicas, o fenômeno da Aceitação, é puramente inglês e nunca foi usado na Escócia. Este fenômeno generalizado permitiu a substituição progressiva dos operativos pelos especulativos nas lojas, embora isso nunca tenha ocorrido na Escócia no século XVII.

Analisando cuidadosamente as listas de membros dessas lojas e explorando sua história por várias décadas, D. Stevenson, mostra que estas lojas escocesas permaneceram, essencialmente e por muito tempo, como operativas.

Por outro lado, há um novo ponto essencial, que mostra que desde o início algumas personalidades, incluindo algumas celebridades como Robert Moray, indiscutivelmente muito próximas da corrente do pensamento hermético, neoplatônico e rosa-cruz – seja qual for o significado de esses últimos rótulos – se inclinaram na Escócia, para essas lojas.

Sua organização relativamente discreta, se não secreta, e a existência conhecida de alguns ritos lhes interessavam, embora suas incursões documentadas nessas lojas, ao longo do século, sejam extremamente raras e geralmente transitórias.

Resta, e é o principal acervo das obras de D. Stevenson, que a prática excepcional, mas inegável, de receber como membros honorários pessoas alheias ao ofício nessas lojas – onde os recém-aceitos nunca mais voltavam – tenha sido capaz de criar uma população, embora provavelmente numericamente escassa de “Maçons Livres”, sendo capaz de transportar, transmitir e transformar uma Maçonaria de acordo com suas próprias preocupações intelectuais.

É extremamente interessante notar que Robert Moray, é um daqueles dos que foram recebidos pela primeira vez como “especulativos” e conhecidos como tal na Maçonaria, e que conseguiu em 1640 a uma loja temporária constituída à margem de uma guerra, em território inglês. Um fato que devemos notar é a existência enigmática da loja temporária Warrington que recebeu Ashmole seis anos depois, à margem da mesma guerra, que se situa bem ao norte da Inglaterra.

A Escócia não inventou, então, a Maçonaria Especulativa. Ela criou, sob o ímpeto de William Schaw, as estruturas de uma Maçonaria Operativa bem-organizada que servirá, indiscutivelmente, de modelo para a maçonaria especulativa organizada no início do século XVIII.

Portanto, surgiu a partir de maçons não operativos que nunca haviam feito parte do ofício, mas que, assegurados neste frágil viático, fizeram uso mais adiante da “fronteira do norte” (Northern Border), e eles fincaram pé em solo inglês, expandindo-se. Desse modo, é possível entender que a Maçonaria inglesa do século XVII se convertera em especulativa quase imediatamente.

Uma teoria sintética

Muitas perguntas continuam pendentes sobre esse tema complexo do nascimento da Maçonaria, e ainda restam muitos enigmas a serem resolvidos, e muitos outros pontos ainda estão em uma situação indeterminada de estudo e resolução.

No entanto, podemos afirmar que agora temos elementos para desenvolver uma teoria sintética sobre as origens da Maçonaria Especulativa em cuja formulação venho trabalhando há anos, e gostaria de lançar as bases para um modelo, que obviamente pode ser criticado e até mesmo corrigido.

A Maçonaria Operativa, na Grã-Bretanha como no resto da Europa, se desenvolveu em uma civilização pouco comunicativa e estruturada em torno de poderes locais, numa época em que as organizações de vocação nacional, como as qualificaríamos hoje, não podiam ter nenhum sentido.

Existiam na Inglaterra trabalhadores mais ou menos qualificados e experientes, chefes e mestres de obras que podiam ocupar toda a vida de um Construtor, para quem o ofício se resumia à edificação de uma catedral da qual ele não havia visto colocar nem a pedra fundamental, e que nem sequer veria seu término.

Isso exigiria necessariamente a transmissão de conhecimento sobre as obras, os Companheiros mais antigos formavam os mais novos, os Aprendizes. Esses homens eram simples, analfabetos, nem sequer tinham um nome: eram John, o Construtor, Edwin de Chester… havia lojas anexas ao edifício em construção, onde as ferramentas eram guardadas, onde eles descansavam, onde falavam sobre os problemas da obra e dos projetos do dia seguinte. Nós temos algumas descrições delas.

Ali se faziam plantas, no chão que, uma vez aplainado, servia para traçar desenhos ou as medidas da construção. Havia uma ordem social e religiosa, onde o clero desempenhava um papel essencial. Para organizar o povo maçônico, foram escritos textos, regulamentos e, para dar sentido ao trabalho desses homens, trabalhou-se sobre antigas crônicas, como a de Pierre Comestor e o Polychronicon, tentando escrever uma história que seria a dos Maçons.

Sabe-se assim que o poema Regius foi muito provavelmente escrito por um sacerdote do Priorado de Lanthony. Nisso consistia o famoso ensino das lojas operativas, fora, é claro, onde tudo é natural e sem mistério e muito consubstancial ao exercício do ofício. Havia também alguns usos, algumas cerimônias de natureza religiosa e tudo isso dentro da Europa medieval. O trabalhador recebido em uma obra jurava respeitar a Deus, à Santa Igreja, seu Rei e o Mestre da obra, e a Bíblia lhe era apresentada.

Tudo o que sabemos das lojas operativas inglesas na Idade Média é que as obras duravam anos, ou mesmo dezenas de anos, em que nasciam, viviam e morriam os maçons. É tudo o que sabemos, já que é bem verdade que tudo o que aconteceu ali é uma hipótese baseada em uma rede desconhecida de lojas secretas e iniciáticas, ou na existência dos ensinamentos que teriam escapado ao olhar do historiador; por isso, outras especulações são absolutamente insustentáveis, pelo menos, se se deseja permanecer preciso no campo da história.

A partir do século XV, e depois nos séculos XVI a XVII, com a Reforma, o ofício de construtor sofreu uma súbita e muito profunda transformação: muitas das grandes obras e catedrais desmoronaram, e os maçons foram cada vez mais forçados a atender aos particulares, nobres e burgueses da época, o que eles faziam sozinhos ou com outros Companheiros. O patrão, ou seja, o empregador se chamava então Mestre.

A loja não tinha mais razão de ser, haja vista que nesse novo tipo de obra ela se tornava desnecessária. Isso explica por que as lojas operativas não deixaram vestígios na Inglaterra; eram tempos difíceis em que a doença afetava a qualquer momento, onde não havia proteção social, pelo menos fora da Igreja.

É por isso que, em toda a Europa, em todos os ofícios, não somente dos construtores, em todos os burgos, em todas as cidades, desenvolveram-se solidariedades naturais, muitas vezes baseadas no emprego profissional ou em um status social idêntico. É a base das irmandades e seu principal objetivo era a ajuda mútua: mutualidade e beneficência.

Colocava-se o dinheiro em um caixa único comum, e era possível obter um enterro decente para um falecido e sustentar até certo ponto sua viúva e seus filhos. Ou poder procurar emprego para aqueles que estavam momentaneamente privados dele.

É isso o que certamente evoca que Sir Robert Plot mencione em 1686, em seu livro Histoire naturelle de Staffordshire, um testemunho quase único para a época, de uma organização chamada Masonry que diz “funciona em todo o país”. A descrição que ele faz, corresponde melhor àquela de uma organização fraterna de ajuda mútua de trabalhadores precários. Ele não menciona nada sobre o resto.

Em Londres, a poderosa Companhia dos Maçons, com certa especificidade dentro da capital, até mesmo acolhia, durante o século XVII, os benfeitores eleitos entre os notáveis ​​da cidade, para enriquecer seus fundos de ajuda. Essas irmandades municipais ainda existem e algumas não mudaram sua vocação inicial: não eram operativas, mas não se tornaram especulativas, pois a alternativa é muito sumária. Esta seria a situação no final do século XVII na Inglaterra.

Em Londres, nos primeiros anos do século XVIII, pouco antes da primeira reunião da Primeira Grande Loja, encontramos que em algumas raras lojas sua composição e atividade parecem corresponder, em muitos pontos, ao esquema supracitado de uma certa atividade mutualista e beneficente.

Ignoramos nesses momentos que usos rituais tinham ou seguiam as diferentes lojas. Tudo indica que eram muito simples, como os da loja que recebeu Elias Ashmole, lendo-lhe um manuscrito das Antigas Obrigações e fazendo-o prestar um juramento.

E depois havia a Escócia, remota e nebulosa, inimiga eterna e tão diferente da Inglaterra. Não se sabe muito sobre como os maçons eram organizados neste país pequeno, escassamente povoado e bastante pobre, onde as catedrais não eram muitas, como na Inglaterra. Sabe-se, no entanto, que no final do século XVI, um grande empregado do Estado escocês, William Schaw, concebeu uma organização administrativa radicalmente nova, regulando de maneira muito precisa os grupos de construtores, legislando sobre suas relações com os Mestres – os patrões – agrupados nas poderosas guildas municipais chamadas Incorporações.

Os maçons já não eram livres na organização de Schaw, uma vez que deviam estar necessariamente vinculados a uma seção territorial, um lugar preciso, que, adotando uma palavra antiga presente na tradição do ofício, se decidiu nomear uma loja, dando-lhe, no entanto, um novo significado e um sentido profundamente diferente.

Como seus colegas ingleses, os escoceses tinham a prática de receber em suas lojas, como patronos e benfeitores, personalidades que não retornavam à loja, mas que podiam ajudar o ofício, às vezes dando trabalho aos obreiros.

Esses Cavalheiros Maçons, como eram chamados na Escócia, e nunca com outro nome, não tinham vínculo duradoura com as lojas, nada tinham que fazer e, por outro lado, não teriam qualquer interesse em assistir a suas reuniões que, de outro modo, eram raras, já que as lojas escocesas se reuniam uma ou duas vezes por ano, no máximo, para resolver questões administrativas.

A Escócia é um país singular, tomado a partir de 1560 por um calvinismo radical, mas habitado por homens curiosos e apaixonados por filosofia e misticismo, muitas vezes inscritos ao redor do rei, incluindo o próprio W. Schaw, ou até meados do século, Robert Moray.

Alguns deles figuravam entre os Cavalheiros Maçons e como muitos outros, nunca voltaram a colocar os pés nas lojas em que foram recebidos. No entanto, havia algo que lhes interessava vividamente: um ritual e uma tradição.

Nessa época, nas Ilhas Britânicas, e especialmente no continente, essas questões eram elementos essenciais da vida social. Muitos dos eventos sociais serão ritualizados, muitas vezes com uma óbvia conotação religiosa.

Assim, os Maçons escoceses recebiam os Aprendizes e Companheiros com a ajuda de um ritual muito rudimentar, que conhecemos muito bem, comprometendo-se a proteger os segredos de reconhecimento àqueles que permitiram reservar o privilégio de emprego e a proteção da ajuda mútua aos maçons devidamente registrados, e não aos Cowans como eles chamavam na Escócia os pedreiros independentes, que não pertenciam a nenhuma loja.

Todo o segredo se justificava dessa maneira, puramente utilitarista, mas essencial em um pequeno país onde a vida era dura e o emprego extremamente raro.

Alguns Cavalheiros Maçons estavam muito inclinados a investigações filosóficas, e muito sensíveis ao eco do Renascimento neoplatônico e tendendo às proclamações misteriosas dos primeiros manifestos Rosa-Cruz e, na segunda década do século XVII, eles quiseram se reunir para fazer disso o objeto de seus trabalhos.

Talvez por uma questão de discrição, por gosto pelo mistério, pela atratividade dos estranhos e antigos ritos que eram mais ou menos conhecidos por eles, decidiram se agrupar tomando emprestadas as formas simbólicas e rituais dos maçons escoceses, que também compartilhavam um segredo, embora este segredo também estes Cavalheiros conheciam, mas nunca tinha sido um segredo profissional e operativo.

Observamos, então, que o problema essencial consiste em explicar como, no início do século XVIII, em Londres, apareceu, quase saída de um vazio documental, uma Maçonaria não operativa, que não estava vinculada ao exercício do ofício de pedreiro, mas que estava organizada em esquemas muito próximos aos da Maçonaria Escocesa.

O laço de união ausente deve ser encontrado. Fará que um dia se encontrem Maçons livres, sem lojas, como Ashmole ou Moray, de filiação escocesa direta ou indiretamente, e de lojas livres, como a Masonry, descrita no final do século XVII por Robert Plot.

Observemos que o efeito é como se tratasse de um conjunto de transparências, esses dois aspectos se superpondo, de origens profundamente diferentes, e se obtém um retrato bastante consistente da primeira maçonaria inglesa dos anos 1717-1723.

Indiquemos que uma data importante, 1707, não deve ser negligenciada. Essa é a data do Ato de União, que fez definitivamente da Escócia e da Inglaterra, um só e único Reino, o que finalmente permitiu uma abertura real, embora lenta e desconfiada, dos dois países um ao outro.

Lembremo–nos finalmente, e seria apenas para abrir uma última pista e arriscar uma abordagem, que um dos protagonistas, se não o mais importante, pelo menos, o mais conhecido desta primeira maçonaria Inglesa, foi o pastor Anderson, de origem escocesa, natural de Aberdeen, e cujo pai havia pertencido à loja dessa cidade escocesa.

Paro por aqui e queria, depois de ter estudado os arquivos, os documentos e os testemunhos, contar uma história, esperando que não estivesse muito distante da história real.

Sombras passaram diante de nossos olhos, séculos passarão e gerações antigas viveram sem nos revelar completamente seu mistério. Se, em parte, com este trabalho, levantou-se um véu da escuridão, devemos respeitá-lo e nos guardar das utopias.

A busca das origens é sempre um teste e acontece que o historiador deve renunciar temporariamente a entender tudo, mas nada proíbe ao homem continuar esperando por tudo.

Auto: Roger Dachez
Traduzido por: José Filardo

Publicado originalmente no excelente site Bibliot3ca Fernando Pessoa

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Uma consideração sobre “A origem da maçonaria especulativa – Estado das teorias”

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