L’énigme – Gustave Doré (1871)
Neste ensaio apresento minhas reflexões sobre a natureza da interpretação simbólica, com base nos meus estudos sobre o Tratado de Simbólica, de Mário Ferreira dos Santos (1956).
Na Grécia antiga, quando alguém recebia uma visita em casa, costumava partir uma moeda ao meio em sinal de amizade. Cada parte tendo a metade da moeda, esta só teria valor se as duas metades estivessem coladas uma à outra, significando que cada uma das duas pessoas só tem valor porque mantém estreito vínculo de amizade com a outra. A palavra símbolo vem de συμβολή (symbolé), formada por βολή (bolé), que significa bola (que se lança), disco, a moeda propriamente dita, e pelo prefixo σύμ (sým), que transmite a ideia de junção. Como essa palavra era interpretada como significando o vínculo entre duas partes, passou, com o tempo, a significar qualquer menção a algo maior, algo além…
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