Introdução
No Brasil das últimas décadas, pode-se observar que a história da Maçonaria passou por um profundo processo de amadurecimento teórico-metodológico, com emprego de novos enfoques e novos modelos interpretativos. Consequentemente, diante desta “renovação”, surgiu o interesse em aprofundar-se no campo das narrativas contrárias à Ordem dos Pedreiros-Livres. Desde então, a história dos discursos e imagens que condenavam e degeneravam a própria instituição passou a despertar um interesse crescente entre alguns historiadores.
Para Raoul Girardet, estas narrativas surgiram da associação feita entre a Maçonaria e a ideia de “conspiração”, uma característica peculiar das sociedades que vivenciaram momentos conturbados de crise e de grande tensão social. Segundo o autor, numa realidade coproduzida “a lógica da manipulação se vê substituindo a imprevisibilidade da história”[1].
Quanto à construção do mito da conspiração, Girardet destacou três tipos diferentes de narrativas onde a ideia do complô se faz presente. A primeira forma refere-se ao “complô judaico”, identificado pela “profecia do velho rabino diante de…
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