O maçom e o arrepio da espiritualidade

“Como um gato de dorso arrepiado, arrepio-me diante de mim” (Clarice Lispector).

A espiritualidade é comumente relacionada à religiosidade. Ambas são dimensões inequívocas do ser humano na sua busca de um sentido para a existência, sendo que a espiritualidade tem conotação de paz interior e crença na vida com um propósito transcendental, envolvendo preocupação com a humanidade e a natureza, com aspectos que extrapolam a individualidade. Diz-se que a espiritualidade faz parte dos instintos humanos, sendo quase tão natural acreditar em uma força superior quanto comer ou dormir.

Já a religiosidade envolve os condicionantes acima aliados a práticas ritualísticas de culto a Deus ou entidades consideradas divinas que podem induzir maior conforto espiritual. Segundo HALL (2016),

“todas as doutrinas que procuram revelar aquela centelha invisível no homem, chamada Espírito, são reconhecidas como espiritualistas. Aquelas que ignoram esse elemento invisível e concentram-se sobre o visível são reconhecidas como materialistas” (p.17/18).

A espiritualidade é uma descoberta, a religiosidade um aprendizado. Pessoas que se identificam com uma ou outra forma demonstram resiliência e maior capacidade de relacionamento e superação de dificuldades. Porém, religião e espiritualidade não têm necessariamente de estar emparelhadas. Hoje, enfrenta-se uma disputa entre a espiritualidade libertadora e a combativa religiosidade de escravidão.

Na obra Homo Deus, HARARI (2016) afirma: “Religião é um trato, enquanto espiritualidade é uma jornada”. Segundo ele, a religião oferece um contrato bem definido, com objetivos predeterminados, que permite à sociedade definir normas e valores comuns que regulam o comportamento humano. Por sua vez, jornadas espirituais levam as pessoas por caminhos misteriosos em direção a destinos desconhecidos. E o autor mostra o caminho:

A busca geralmente começa com alguma pergunta profunda, tal como: Quem sou eu? Qual o sentido da Vida? O que é o bem? Enquanto a maioria das pessoas simplesmente aceita as respostas predefinidas fornecidas pelas forças dominantes, aqueles que buscam a espiritualidade não se satisfazem tão facilmente. Estão determinados a sair em busca da grande questão, aonde quer que isso as leve, e não só a lugares que conhecem bem ou que querem visitar. (p.191/192)

Dentro de um enfoque reducionista, cuidar da espiritualidade enseja frequentar missa ou culto religioso, rezar ou orar, ler a Bíblia ou textos sagrados com assiduidade e refletir sobre passagens, reler e meditar sobre o conteúdo. Em contexto mais amplo, a espiritualidade evoca uma busca pessoal de sentido para a vida e se desenvolve na prática da meditação, da introspecção, do silêncio, no diálogo interior que analisa, critica e aperfeiçoa a capacidade de raciocinar e o funcionamento da mente, e também a autodisciplina e o controle das paixões e impulsos, enxergando o que há de errado em nós e atuando para uma efetiva mudança, numa dimensão ligada a valores e à ética, forjando a essência do ser humano virtuoso que se reflete na forma de pensar e agir.

BARRETO (2012) consigna em sua Dissertação1:

A Espiritualidade envolve as qualidades do espírito humano, incluindo conceitos psicológicos positivos, tais como amor e compaixão, paciência, tolerância, perdão, contentamento, responsabilidade pessoal, e um senso de harmonia com o meio ambiente (FRY; SLOCOM Jr., 2008). Para os autores, a espiritualidade é a busca de uma visão de servir aos outros, por meio da humildade, caridade, altruísmo e capacidade de ver as coisas exatamente como elas são, livre de distorções subjetivas (p. 21). […] A espiritualidade é uma característica do ser humano, que manifestada estimula o comportamento de conexão e respeito pelo outro. Para Boff (2006), a espiritualidade é a capacidade de diálogo consigo mesmo e com o próprio coração, um mergulho na profundidade de nós mesmos e a experimentação da realidade como um todo, entendendo que somos parte e pertencemos a um todo. Neste trabalho entende-se o todo, como os seres humanos, os demais seres vivos, e a própria natureza. E a partir disso, entende-se pelo outro o respeito pelo todo como sinônimo. (p.25)

Na Maçonaria esse estágio é associado ao Grau de Aprendiz, cujo simbolismo orienta o Iniciado a desbastar a Pedra Bruta da consciência, a voz que nunca nos deixa a sós, a luz interior que nos ilumina, conhecendo-se a si mesmo, as fraquezas e as virtudes, eliminando resquícios de vanglória e orgulho intelectual que todo homem não espiritualizado possui e que impede sua genuflexão ou inclinação ante o Altar da Verdade; no Grau de Companheiro, que se fortaleça e dinamize os ensinamentos intelectuais e, como Mestre Maçom, além do dever de formar novos Mestres, que seja espiritualmente capaz e consciente de sua personalidade, orientado por um novo ideal, baseado em estudo e trabalho num processo contínuo de polimento, tornando-se Mestre de si mesmo, de forma que seja útil na edificação moral e social da humanidade.

Por sua vez, a religião é um código de moral e, nos seus princípios e doutrinas, devidamente inspirados por uma fonte de iluminação traz, além da identidade entre seus membros, independentemente da nacionalidade, também uma rede de relacionamentos e um sentido de pertencimento e de algo que dê sentido ao mundo em que vivem. HARARI, em Sapiens (2017), comenta:

“Hoje a religião é, muitas vezes, considerada uma fonte de discriminação, desavença e desunião. Mas, na verdade, a religião foi o terceiro maior unificador da humanidade, junto com o dinheiro e os impérios” (p. 218).

E a melhor religião, diz a sabedoria popular, é aquela que aproxima as pessoas através do amor, e não aquela que afasta através do preconceito e limite a infinita bondade de Deus à mesquinhez do egoísmo humano.

O que causa espanto é a contradição de religiões misteriosas, vingativas e irascíveis que hostilizam, atacam, ou matam uma pessoa de outro credo e o fazem como uma obrigação respaldada em um livro sagrado, com o objetivo de revelar, difundir e impor uma verdade. Por onde andará a espiritualidade entre os seus adeptos? Essas religiões se perpetuam e o poder é concentrado nas mãos de poucos.

HARARI (2017) destaca um fato ocorrido em 23 de agosto de 1572, conhecido como o Dia do Massacre de São Bartolomeu, quando católicos e protestantes mataram uns aos outros às centenas de milhares. Naquele dia, católicos franceses atacaram comunidades de protestantes franceses. Entre 5 mil e 10 mil protestantes foram assassinados em menos de 24 horas. E acrescenta:

Quando o papa em Roma ficou sabendo do ocorrido na França, foi tomado de tanta alegria que organizou preces festivas para celebrar a ocasião e encarregou Giorgio Vasari de decorar um dos aposentos do Vaticano com um afresco do massacre (o aposento atualmente está inacessível aos visitantes). Mais cristãos foram mortos por outros cristãos naquelas 24 horas do que pelo Império Romano politeísta durante toda a sua existência. (p.224)

CESCON (2011), no artigo “O fundamentalismo religioso e a paz”, comenta:

“Para esses crentes, apesar de Deus permanecer sempre presente nas suas palavras e nas suas orações rituais, Ele se torna um prisioneiro dos seus pontos de vista e atitudes humanas e agressivas. Por isso, em vez de imitarem a Deus na sua generosidade para com todas as suas criaturas, impõem, em nome de Deus Onipotente, os seus esquemas de agressividade, ódio e morte. Assim, consideram-se os verdadeiros e únicos defensores de Deus na terra” (p. 433).

O Cristão molda sua vida baseado nas mensagens de Cristo. Um Budista, nos arquétipos morais e filosóficos de toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram a realização espiritual pregada pelo seu líder religioso, com a sua doutrina se baseando no Caminho do Meio, na busca da moderação em tudo o que seu seguidor faz. O Judaísmo compreende todo um sistema de vida e comportamentos específicos, tendo como referência a Torá, o livro das leis judaicas, que estabelece claramente quais são as ações corretas a realizar. O Hinduísmo, uma das mais antigas do mundo, tem como fundamento a crença na reencarnação e no carma, bem como na lei de ação e reação. Já o Islamismo, uma das que mais cresce no mundo, tem o sentido de total submissão à vontade de Deus, e o praticante do islã, chamado de muçulmano, defende que as práticas políticas devem ser pautadas pela lógica religiosa e vice-versa.

BLANC (2021) esclarece que registros arqueológicos revelam que a ideia de Deus ou de entidades divinas tem sido cultivada em todas as épocas e por todas as culturas [desde a Idade da Pedra, o homem é um contador de histórias2]. Nos primórdios da nossa espécie, a importância da religião era tanta que a partir dela se originaram as artes e as ciências (p.9). As religiões buscam responder questões como “de onde viemos”, “quem somos”, “o que estamos fazendo aqui”, “para onde vamos depois da morte” (p.15).

Ainda segundo o autor:

“as religiões apresentam cosmovisões que situam o ser humano no Universo e dão um sentido à sua existência. É um conhecimento edificado ao longo de milênios, baseado em revelações divinas e na intuição de homens e mulheres santos, que tem orientado a existência das pessoas, trazido consolo, esperança e compreensão ao longo dos últimos cinco mil anos. As religiões apresentam respostas para as questões mais íntimas do viver humano, estabelecem ética, celebram e fortalecem a fé ” (p.10)

A religião, conforme ensina o sociólogo francês Émile Durkheim em sua obra “As Formas Elementares da Vida Religiosa” (apud WEISS, 2012), abarca uma “ordem de coisas que ultrapassa o alcance de nosso entendimento, o sobrenatural, o mundo do mistério, do incompreensível”. Ainda segundo ele, “a religião seria, portanto, uma espécie de especulação sobre tudo o que escapa à ciência e, de maneira mais geral, ao pensamento claro”. Ao se basear em dogmas e tabus, exigindo comportamentos a observar e verdades em que se deve crer, a religião é avessa à diversidade.

Refletindo sobre o até aqui exposto, alguns podem até sentir arrepios, mas a Maçonaria não revela nenhuma verdade superior e não é religião, pois esta tem como escopo uma vida transcendental e aquela procura aperfeiçoar seus membros para a melhoria do seu entorno, para bem atuar no mundo presente. A seguir, a opinião de alguns autores.

Segundo Ney Gonçalves Dias e Almir San’Anna Cruz (2020):

“… a maçonaria, por seu ecletismo, por estimular e exaltar a liberdade de pensamento de seus iniciados, deplorando e não admitindo posições extremadas tanto de um lado – fanatismo religioso – quando por outro – ateísmo –, convive com naturalidade com crenças ou filosofias teístas, deístas e mesmo agnósticas” (p.57).

ROBINSON (2014) comenta:

“Pode-se afirmar com segurança que a Maçonaria não é uma religião por uma simples razão. Em geral, os adeptos acreditam que seus credos religiosos estão completamente certos. Isso significa que eles acreditam que todos os outros credos são, ao menos até certo ponto, errados. A posição da Maçonaria é oposta, uma vez que admite que há alguma verdade em todas as percepções humanas de Deus e declina de afirmar que qualquer crença em particular é perfeita” (p.249).

HODAPP (2015) não deixa brecha para dúvidas ao elencar alguns fundamentos para entender sobre religião e maçons: (1) Uma reunião em uma Loja maçônica não é um serviço religioso; (2) Não há uma religião maçônica; (3) Não há um deus maçônico – nem tampouco um demônio maçônico: (4) Não há uma bíblia maçônica, reverenciada acima de qualquer outra; (5) Não há um plano maçônico para salvação espiritual; (6) A Maçonaria não é oculta; (7) A Maçonaria não é um culto; (8) A Maçonaria é uma invenção do homem (p. 70).

No mesmo diapasão, não podendo também ser confundida com seita ou qualquer coisa que o valha, a maçonaria tem um ensinamento próprio, constante de seus manuais e rituais, que transmite seus princípios, que jamais podem ser associados a dogmas. Conforme demonstra Alec Mellor (1976), não existem dogmas maçônicos. “A própria noção de “Landmark” não se confunde com o do dogma”. Segundo ele, “a diferença está em que a Maçonaria não reivindica a Revelação…. longe de opor-se à Igreja, neste ponto, a incompatibilidade teria surgido se ela tivesse seus dogmas”.

Nas sessões maçônicas não há momento de adoração a divindades. Porém, a Maçonaria não pode ser considerada secular, pois as atividades de uma Loja não são iniciadas sem antes invocar o auxílio de Deus, o Grande Arquiteto do Universo. E a Bíblia3 permanece aberta no recinto, após a leitura de determinada passagem, conforme o Grau em que a Sessão é realizada, sendo fechada ritualisticamente ao final dos trabalhos. Mas, é importante destacar que a sua presença evoca apenas e tão-somente espiritualidade e harmonia, assim como na valorização dos esforços e como fonte de ensinamentos de regras de conduta (destacamos). Alguns Ritos ou Rituais não adotam essa prática, o que não impede que o obreiro o faça de forma interna, pessoal e silenciosa. Por isso a Maçonaria prega o respeito à autoridade e à religião de cada um.

Enfim, quanto à espiritualidade, não existe procedimento algum que tenha o carimbo da Maçonaria, e para tanto apela ao discernimento de seus obreiros, pois seus ensinamentos e ritualística das sessões não vislumbram essa finalidade, ficando tais descobertas ao alvedrio de seus membros, individualmente. Da mesma forma, vale reiterar, a escolha de uma religião é responsabilidade individual.

O destaque fica para o entendimento de que a prática da Maçonaria se caracteriza por uma disciplina de comportamento, na qual o indivíduo é treinado para regular seus costumes, atingindo com isso um perfeito equilíbrio entre as forças que motivam sua conduta como pessoa humana, partícipe de uma sociedade. Para tal, no ritual de Iniciação, o neófito é desafiado a refletir sobre o que é a virtude e o vício, sendo indagado o que ele entende por um e outro, levando-o a concluir que a virtude é uma disposição da alma que induz à prática do bem, e o vício, sempre nocivo e inadequado, é o hábito desgraçado que arrasta para o mal.

Conforme repisado em seus Rituais, a Maçonaria é caracterizada como um sistema e uma escola não só de Moral, mas, sobretudo de filosofia social, um ambiente de diálogo e debates, que visa ao progresso contínuo de seus adeptos por meio de ensinamentos em uma série de Graus. Nesse contexto, as Instruções Maçônicas, que funcionam como veículos de propagação de valores, ensejam passos que levam à lapidação do espírito, de forma a propiciar os instrumentos adequados e a desenvolver habilidades necessárias para o empreendimento da jornada rumo ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres de homem cidadão em prol da humanidade pela liberdade de consciência, igualdade de direitos e fraternidade universal.

Como uma fraternidade laica, iniciática e simbólica, com os símbolos evocando questionamentos que conduzem a reflexões sobre as próprias verdades, ao livre pensar e ao exercício da razão, a Maçonaria tem como objetivo primordial buscar no mundo profano4 os melhores homens para congregá-los numa única Família, aperfeiçoando-os.

Tudo isso demanda muito labor, esforço e vontade do Iniciado em ser uma pessoa melhor e cada um seguindo o seu próprio ritmo, em busca da verdade, não se evidenciando uma investigação dirigida da Verdade, por ferir princípio da liberdade de pensamento e do livre arbítrio. Apoiado e inspirado em um trabalho coletivo, a espiritualidade maçônica, numa dimensão ligada a valores elevados, pressupõe a construção de um caminho individual e que liberte o espírito de erros, vícios e imperfeições que constituem a raiz ou causa interior de todo mal ou dificuldade exterior.

Como dito acima, essa transformação do indivíduo, esse despertar espiritual, o despertar da Matrix, fazendo uma alusão à famosa trilogia, enseja abrir os olhos do nosso interior e se resume no simbolismo do desbaste da Pedra Bruta da consciência, nosso espírito imortal, que deve prevalecer sobre a matéria e ser lapidado incessantemente. Nesse diapasão, cabe à Maçonaria, nesse contexto, estimular essa atividade e promover, por meio de suas Instruções, a tão necessária revolução pessoal, por meio de reflexões sobre a espiritualidade não ligada a religião, em ambiente de convivência harmônica e fraternal.

Crer é um conforto, pensar, um esforço” (Ludwig Marcuse, 1894-1971)

Autor: Márcio dos Santos Gomes

Márcio é Mestre Instalado da Loja Maçônica Águia das Alterosas Nº 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte; Membro Academia Mineira Maçônica de Letras e da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras; Membro da Loja Maçônica de Pesquisas “Quatuor Coronati” Pedro Campos de Miranda; Membro Correspondente Fundador da ARLS Virtual Luz e Conhecimento Nº 103 – GLEPA, Oriente de Belém; Membro Correspondente da ARLS Virtual Lux in Tenebris Nº 47 – GLOMARON, Oriente de Porto Velho; Membro Correspondente da Academia de Letras de Piracicaba; colaborador do Blog “O Ponto Dentro do Círculo”.

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Notas

  1. Dissertação de Mestrado (2012) de Tiago Franca Barreto, disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/23740/1/Dissertacao%20TIAGO%20FRANCA%20BARRETO%20versao%20final%20revisada%20com%20ficha.pdf ↩︎
  2. O homem primitivo ao procurar resposta para as indagações que fazia sobre os fenômenos que acontecia à sua volta não tinha outro meio que não fosse o uso da imaginação. O mito foi o primeiro conhecimento que existiu sobre a face da terra, antes de qualquer outro. Para narrar fatos, o homem primitivo lançava mão da lenda; para educar, lançava mão da fábula (nota deste articulista). ↩︎
  3. A Bíblia ou outro livro sagrado. Os Maçons referem-se ao livro como Volume da Lei Sagrada, tal qual uma referência não sectária à tolerância religiosa da Loja. […] “esse livro pode ser a Bíblia do Rei James, a Tanakh  hebraica, o Alcorão muçulmano, os Vedas hindus, o Avesta Zoroástrico ou os Provérbios de Confúcio. Em certas Lojas em Israel, encontrar três livros – uma Bíblia, uma Tanakh e um Alcorão – , todos abertos em conjunto no mesmo altar, em respeito às diferentes religiões dos seus membros, é comum” (HODAPP, 2015, p. 71). ↩︎
  4. Profano, do latim: pro=ante + fanum=templo, popularmente referenciado como leigo, fica fora dele, fora do Templo da Sabedoria ou de um real conhecimento da Verdade e da Virtude, das quais reconhece unicamente os aspectos profanos ou exteriores que constituem a moeda corrente do mundo.
    Infelizmente, o termo “profano”, dentre seus vários significados, somente é referenciado como aquele que deturpa ou viola coisas sagradas. Essa é uma situação que constrange e que poderia ser substituída, no caso da Ordem, pela expressão “não maçom”, muito mais palatável. ↩︎

REFERÊNCIAS

BARRETO, Tiago Franca. A prática da Espiritualidade no Ambiente de Trabalho: Um estudo de múltiplos casos na Região Metropolitana de Recife. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Pernambuco, 2012. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/23740/1/Dissertacao%20TIAGO%20FRANCA%20BARRETO%20versao%20final%20revisada%20com%20ficha.pdf. Acesso em 20.02.2024.

BLANC, Claudio. As religiões do mundo. Barueri, SP: Camelot, 2021.

CESCON, Everaldo; NODARI, Paulo César (ORG). Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz. São Paulo: Paulinas, 2011.

GOMES, Márcio dos Santos. A bem da verdade. Disponível em: https://opontodentrocirculo.com/2015/05/22/a-bem-da-verdade/. Acesso em 28.11.2023.

GOMES, Márcio dos Santos. A Instrução Maçônica. Disponível em: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2016/02/23/a-instrucao-maconica/.Acesso em 20.12.2023.

HALL. Manly P. As Chaves Perdidas da Maçonaria. São Paulo: Madras, 2016.

HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: uma breve história do amanhã – 1ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade – 26ª edição. Porto Alegre: LP&PM, 2017.

HODAPP, Christopher. Maçonaria para leigos. Tradução da 2ª Edição. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015.

MINAS GERAIS, Grande Loja Maçônica de. Rituais dos Graus Simbólicos do REAA.

MELLOR, Alec. Os Grandes Problemas da Atual Franco-Maçonaria – Os novos rumos da Franco-Maçonaria. São Paulo, Pensamento, 1976.

OLIVEIRA, Ney Gonçalves de; CRUZ, Almir Sant’Anna. Deus: criador ou criatura? Do Big Bang ao pensamento humano. Rio de Janeiro: Nossa Casa, 2020.

ROBINSON, John J. Nascidos no Sangue. São Paulo: Madras, 2014.

WEISS, Raquel. Durkheim e as formas elementares da vida religiosa. Debates do NER, Porto Alegre (2012). Disponível em:https://seer.ufrgs.br/debatesdoner/article/download/36520/23591. Acesso em 07.11.2023.

Autor: ------

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Uma consideração sobre “O maçom e o arrepio da espiritualidade”

  1. Excelente e maravilhoso texto. Muito contribui para entender o porquê de muitos autores maçônicos, ainda que despropositadamente, procurarem imbuir o espírito da maçonaria de descabida religiosidade. Um espírito livre, como deve ser o do Maçom está muito mais para a espiritualidade do que para a religiosidade. Como muito bem finaliza o texto, “Crer é um conforto, pensar, um esforço” (Ludwig Marcuse, 1894-1971).Portanto o maçom, se verdadeiro Livre-pensador, deve deixar o conforto de lado e através de seu esforço próprio, buscar a verdade que encontra na análise única de sua razão.

    Parabéns mais uma vez meu irmão Márcio

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